1. Ramatís e sua obra
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O PENSAMENTO UNIVERSALISTA DE RAMATÍS
Os propósitos de Ramatís com sua obra objetivam a aproximação crística entre os valores doutrinários de
todos os espiritualistas de boa vontade. Considerando que o Cristo é um estado pleno de amor e de
associação divina, radiosa fisionomia espiritual destituída de rugas sectárias, então é também princípio de
nutrição cósmica para todas as almas, amor entre os seres e coesão entre os astros.
Ramatís advoga que a verdade crística não pode ser segregada por ninguém; é um estado permanente de
procura e de ansiedade espiritual, bem distante dos invólucros estandardizados das religiões tradicionais!
Assim, qualquer sistema ou seita religiosa que se considere o melhor pesquisador da verdade é apenas
mais um concorrente presunçoso entre os milhares de credos isolacionistas do mundo.
Por isso, Ramatís não é entidade exclusivamente devotada aos princípios doutrinários do Espiritismo de
Kardec, pois evita a exclusividade que exalta os caprichos e as teimosias sectaristas, e contraria o
dinamismo da vida espiritual, apesar de reconhecê-lo como a doutrina evolutiva que melhor atende às
necessidades espirituais da atual humanidade terrena, em seu conjunto geral.
Nos dizeres de Ramatís: “Antes de irdes ao vosso centro, loja, oráculo, igreja, tempo, terreiro ou instituição
iniciática, reconciliai-vos com os vossos inimigos; antes da prece recitada em público, lamuriosa e poética,
dedicai-vos tão abnegadamente aos vossos irmãos necessitados, de modo tal que nem vos sobeje tempo
para orardes. Não julgueis a embriagues do irmão sem lar e sem ânimo para viver, mas estendei-lhe as
mãos fraternalmente; abandonai o vosso veículo caríssimo e luxuoso, até que o infeliz aleijado do vosso
caminho tenha o seu carrinho de rodas.
Reduzi a quantidade excessiva de ternos que possuís, para que possais vestir alguns maltrapilhos da
vizinhança; diminuí o uísque e as compotas da vossa adega, para que sobre pão ao faminto e vitaminas
para a criança anêmica; economizai no gasto da “boate”, para socorrerdes a infeliz lavadeira que precisa de
descanso, a parturiente que pede fortificante ou o operário desvalido que não cobre com o seu salário as
suas despesas mensais.
Buscai a colocação para o desamparado e para a jovem doméstica que luta com dificuldades financeiras;
providenciai medicamento para o doente deserdado e livro para o estudante pobre. Não temais a abóbada
da igreja católica, as colunas do templo protestante, o esforço do esoterista, a reunião do teosofista, o
experimento do umbandista, as lições da Yoga ou a cantoria dos salvacionistas. Concorrei à lista para os
pobres de todas as religiões, sem exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforço do irmão que
vos oferece a Bíblia em lugar do livro fescenino, e auxiliai a divulgação da revista religiosa que vos recorda
Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinário adverso do vosso modo de entender, mas que coopera para
a melhoria do homem.
Aprendei que uma doutrina religiosa é sempre um “meio” e não um “fim”. Eis o motivo por que não nos
preocupamos em considerar esta ou aquela doutrina, esta ou aquela religião ou filosofia, como sendo a
mais valiosa entre as demais do vosso orbe, em cujo panorama seríamos, então, um “novo intruso” no jogo
atribulado dos problemas humanos.
O nosso desejo essencial, através destas mensagens, é o de invocarmos os princípios crísticos que devem
reunir todos os filhos de Deus. Importa-nos resguardar a idéia-mater, principalmente as conceituações
abençoadas do Evangelho de Jesus, muito antes da comprovação meticulosa de nossas advertências no
“espaço” e no “tempo”. Não pretendemos aliciar adeptos nem criar fascínios para as nossas singelas
comunicações, mas apenas despertar real interesse para os efetivos valores espirituais, sendo inútil, pois,
nos situarem neste ou naquele sistema filosófico ou doutrinário, pois não temos em mira aprovar ou
reprovar postulados.
Identificado com um pugilo de trabalhadores do bem espiritual do vosso mundo, operamos através de um
médium, afastado de qualquer outro motivo que não seja um serviço desinteressado. Não reclamamos
distinções pessoais no conjunto laborioso dos servidores de Jesus, nem fazemos exigências proselitistas.
Sem pretendermos que se extingam as instituições desse setor, devemos dizer que já é tempo de o ser
humano viver mais os princípios do Cristo do que os sistemas dos homens. Daí nossa mensagem especial,
que se destina aos seres de boa-vontade, avessos ao sectarismo e à exigüidade espiritual das afirmações
intransigentes.