11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 12
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
No entanto, a sua técnica nas relações entre os “vivos” e os “mortos” poderá melhorar consideravelmente,
assim que houver maior cooperação da própria ciência terrena, ajudando a eliminar as excrescências
mórbidas e os fatores nocivos e ridículos do falso mediunismo. Aliás, inúmeros cientistas e homens de
letras, desde o aparecimento do Espiritismo, já contribuíram salutarmente para livrá-lo de superstições e
ritos indesejáveis.
É certo que atualmente já não existem as fogueiras da Idade Média, quando as autoridades eclesiásticas
torravam os médiuns por considerá-los feiticeiros mancomunados com o Diabo; mas, infelizmente, ainda
permanecem acesas as chamas do sarcasmo, da calúnia, do despeito e da injúria! Num extremo, os
cientistas envaidecidos pelos seus pruridos acadêmicos atacam os médiuns e clamam contra o perigo de
uma psicose espirítica coletiva; noutro lado, o sacerdócio organizado os excomunga de seus púlpitos,
injuriando-os diante da imagem do próprio Jesus, que foi um defensor do amor incondicional! Mas ninguém
poderá deter a marcha evolutiva do Espiritismo, pois os bons médiuns de hoje já dominam os mesmos
fenômenos que antigamente exaltavam os profetas, os oráculos, as pitonisas, os astrólogos, as sibilas e os
magos.
Graças ao espírito sensato e inteligente de Allan Kardec, as relações mediúnicas entre os encarnados e os
desencarnados já se efetuam desembaraçadas das complicações, das verborragias e dos desperdícios de
tempo, que eram essenciais à velha magia, pois as práticas mediúnicas sadias nos seio do Espiritismo
ocorrem sem ritos exaustivos ou práticas misteriosas.
Quer os médiuns kardecistas de “mesa”, durante as comunicações copiem os notáveis tribunos, expondo
em linguagem culta e castiça o pensamento dos desencarnados; quer os “cavalos” de Umbanda cuidem dos
filhos do terreiro, transmitindo os conselhos dos “pais de terreiro” em linguagem simples ou arrevesada;
quer os esoteristas, em suas “sessões brancas”, se digam inspirados para as prédicas doutrinárias; e os
teosofistas confiem unicamente nos seus mestres tradicionais, ou os discípulos iniciáticos aguardem o seu
“mestre” no momento de sua maturidade espiritual, isso tudo enfim não passa de fenômenos mediúnicos,
embora varie o ambiente de sua manifestação e seja diferente o rótulo de cada conjunto religioso ou
espiritualista.
Foi o Alto, e não o homem terreno, quem atribuiu ao Espiritismo a vigilância e o controle da
manifestação mediúnica na Terra, além da divulgação dos seus postulados de esclarecimento
da Vida Imortal e de renovação moral do homem.
Os fenômenos de materializações e as mais diversas manifestações mediúnicas de comunicação entre
vivos e mortos já foram perquiridos, analisados e concluídos pelos mais avançados homens de ciência.
Assim, médicos, filósofos, químicos, escritores e estudiosos, como Gabriel Delanne, Leon Denis, Aksakoff,
Paul Gibier, William Crookes, Césare Lombroso, Bozzano, Carl Duprel, Gonzáles Soriano, Oliver Lodge,
Conan Doyle, Dennis Bradley e outros, recorreram aos mais avançados aparelhamentos de laboratório e de
investigações precisas, concluindo pela realidade dos fenômenos mediúnicos e pela lógica dos postulados
espiritistas. Não importa se os adversários do Espiritismo alegam que tais cientistas foram ingênuas cobaias
nas mãos de hábeis prestidigitadores! Os aparelhos de precisão e máquinas fotográficas que registraram as
experiências não mentem nem distorcem os fenômenos!
Só depois do advento do Espiritismo é que realmente surgiu um corpo organizado, um sistema competente,
filosófico, religioso e científico, com o intuito de disciplinar e controlar as experiências com os
desencarnados. Os espíritos então preencheram as necessidades dos indagadores; e, além de
comprovarem a imortalidade da alma, ainda ofereceram diretrizes para o melhor comportamento do homem
no intercâmbio com os “falecidos”. Antes da codificação espírita, os magos, feiticeiros e iniciados mantinham
intercâmbio com os desencarnados, mas só o conseguiam através de práticas absurdas e complexas, para
lograr um breve e confuso contato com o mundo oculto.
A codificação espírita é a responsável pela prática mediúnica mais sadia e sensata nas relações entre os
“mortos” e os “vivos”, atendendo a promessa de Jesus de que enviaria o “Consolador” para derramar-se
pela humanidade. Desde que o Espiritismo não é uma iniciativa destinada exclusivamente à especulação
filosófica “extraterrena”, mas ainda deve zelar pelo exercício eficiente e sensato da mediunidade entre os
homens, então realmente lhe cabe vulgarizar o intercâmbio com os “mortos”, para melhor esclarecimento
dos “vivos”.