11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 14
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
Enquanto Rasputin, sem freqüentar qualquer trabalho de desenvolvimento mediúnico, punha-se em contato
diário com os espíritos diabólicos, Francisco de Assis, atuando noutra faixa vibratória, podia comunicar-se
com Jesus!
O Espiritismo pesquisa, estuda, controla e divulga o fenômeno mediúnico e as relações com os
desencarnados, pois isso realmente lhe constitui a base prática dos seus princípios doutrinários em
conexão com a Lei do Carma e da Reencarnação. Tratando-se de doutrina que não depende de rituais,
compromissos religiosos ou iniciáticos, e não firma sua divulgação nos ingredientes da magia terrena, mas
sim na elevação moral na vida prática, o Espiritismo é realmente o mais credenciado movimento
espiritualista para popularizar os fenômenos de contato com o Além. Embora concordando em que todos os
homens são espíritos encarnados, e conseqüentemente médiuns potencialmente inatos, não é preciso que
o homem seja necessariamente espírita para só então ser considerado médium; o importante é que ele seja
bom e digno a fim de cercar-se de boas influências e atrair os bons espíritos.
O Catolicismo o e Protestantismo não admitem a mediunidade com a denominação específica que lhe dá o
Espiritismo, mas consideram-na uma “graça” extemporânea que Deus só concede às almas santificadas. No
entanto, a interpretação diferente ou a denominação do fenômeno mediúnico não lhe muda o caráter só
porque se revela noutro ambiente espiritualista ou ocorre num seio religioso adverso aos postulados
espíritas.
Tanto a Bíblia como as histórias das religiões católicas e protestantes estão repletas de relatos de visões e
outros fenômenos mediúnicos, malgrado os explicarem à conta de “milagres” ou “graças” inesperadas
outorgadas por Deus. E isso se comprova pelas visões proféticas de Dom Bosco, Francisco de Assis,
Antônio de Pádua, Papa Pio XII, Tereza de Jesus e outros, inclusive pelas aparições de Lourdes e Fátima,
que também não passam de fenômenos mediúnicos registrados por crianças e por pessoas “médiuns”.
Muito embora certas instituições espiritualistas procurem sublimar ou aristocratizar os acontecimentos
incomuns do intercâmbio de seus adeptos com o mundo oculto, esses foram médiuns na acepção exata e
vulgar da palavra, apesar de tentarem disfarçar os fenômenos mediúnicos com uma terminologia iniciática.
A diferença é que o Espiritismo trata o assunto da mediunidade às claras, sem “tabus” iniciáticos ou
nomenclaturas complexas; ele os expõe à luz do dia e os examina sem quaisquer ritualismos complicados.
O homem que é beneficiado pelo Alto com o “acréscimo” da faculdade mediúnica, através
da Doutrina Espírita, conhece quais são os seus deveres para com o mundo físico e a sua
responsabilidade para com a própria alma!
Mas, acima de tudo, quer o médium seja beneficiado pela riqueza ou senhor de um cérebro genial,
glorificado pelo academicismo do mundo, ou então apenas criatura paupérrima e ainda onerada pelo fardo
da família, o seu dever é servir na medida de suas forças, pois isso é também a tarefa de sua própria
redenção espiritual.
Desprezando-se todas as interpretações sibilinas, as nomenclaturas afidalgadas e as graduações
excepcionais dos acontecimentos iniciáticos de muitas instituições espiritualistas, em essência elas são
puro fenômeno mediúnico. Como exemplo, pode-se citar a Sociedade Teosófica, em que Helena
Blavatsky, o bispo anglicano Leadbeater, Geoffrey Hodson, Elsa Barker e outros filiados eram médiuns que
receberam comunicações diretas ou indiretas do mundo oculto, apesar de lhes darem uma procedência
completamente oposta ao fenômeno propriamente mediúnico e o modo como o encara a Doutrina Espírita.
Embora tais movimentos espiritualistas ou religiosos não usem em seus domínios o vocábulo “médium” na
sua expressão espiritista, nem por isso os seus medianeiros deixaram de se enquadrar na técnica sideral da
manifestação mediúnica, quando captavam mensagens diretamente de seus Mestres, ou o faziam por
intuição.
As escolas Teosóficas, Rosa-Cruz, Esotéricas e Yogas sempre evitaram em seus ensinamentos e práticas o
contato mediúnico com as regiões inferiores do mundo invisível, assegurando que: “assim que o discípulo
está pronto, o Mestre também aparece”. Louvavelmente, propõe que os seus adeptos se modifiquem
primeiramente em sua intimidade espiritual, para só depois tentarem as relações com os seres etéreos do
mundo invisível.