11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 21
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
O homem só se resguarda dos fluidos perniciosos dos maus
espíritos quando se integra no critério moral superior.
Os espíritos obsessores e malfeitores vivem aderidos ao pó do mundo e perambulam pela crosta terráquea
alimentando-se com os eflúvios pecaminosos, frutos das paixões e dos vícios detestáveis da humanidade.
Eles só entendem a natureza do mundo terráqueo, onde já viveram conturbados, e simpatizam-se à
linguagem dos homens fesceninos e inescrupulosos. São almas prenhes de ressentimentos e revoltados
contra qualquer empreendimento conciliador que lhes exija modificações íntimas. Mas, rasteando com os
homens, elas terminam envolvidas pelos pensamentos e sentimentos de bons trabalhadores do Cristo, até
se submeterem aos serviços mediúnicos, cujos médiuns serão os intérpretes de suas próprias aflições e
problemas atrozes.
Jamais o Criador perderá uma só ovelha; e, por isso, os próprios
“satanases” também serão salvos no momento oportuno!
No entanto, a criatura não está completamente indefesa a certas influências do mundo oculto, pois o
perispírito, através de milênios de adaptações e atividade no seio das energias dos mundos planetários,
também desenvolveu a sua capacidade de defesa contra as investidas maléficas. Assim como acontece
com o organismo físico, ele consegue regenerar as zonas ofendidas e corrigir as lesões da hostilidade do
mundo inferior. Evidentemente, sendo a matriz fisiológica ou astral da organização humana, é óbvio que
também supera as investidas malfeitoras dos espíritos das sombras.
O perispírito dispõe de recursos maravilhosos para a sua sobrevivência e proteção no seio das energias
inferiores, tal qual o corpo físico mobiliza recursos para defender-se de quaisquer reações nocivas ao seu
equilíbrio vital.
A simples picada de um inseto no corpo físico faz o mesmo carrear água em torno da zona ofendida ou
afetada, para enfraquecer o veneno ali injetado. Igualmente, o perispírito enfraquece ou desintegra os
fluidos malfazejos que lhe penetram pela aura desguarnecida, ante a invigilância espiritual do seu dono.
Sem dúvida, essa defesa também será de tal êxito, quanto seja a contribuição espiritual do próprio ser.
Os “fótons” perispirituais projetados pela Luz que é intrínseca do
próprio homem, têm ação profilática, e desintegram os maus fluidos.
Em conseqüência, os médiuns também são protegidos naturalmente pela sua segurança perispiritual,
embora essa resistência varie conforme sua estrutura moral. Assim como os fluidos perniciosos agem
de modo coercivo, adensando a aura perispiritual das criaturas e favorecendo a nutrição de miasmas ou
bacilos do astral inferior, os fluidos luminosos ministrados pelos espíritos angélicos são recursos profiláticos
que ajudam a dissolver a carga dos fluidos infectos.
É evidente que não depende da criatura ser médium ou espírita para se expor aos perigos dos espíritos
inferiores, pois os encarnados também são espíritos e podem causar prejuízos tão nefastos como os
próprios desencarnados. As próprias sugestões, os convites e os conluios para o vício, o pecado e atos
condenáveis ainda são mais perigosos quando feitos pelos vivos do que pelos mortos! Ademais, o exercício
perigoso da mediunidade passiva não se efetiva tão somente em torno de mesas espíritas ou dos terreiros
de Umbanda. Isto acontece a qualquer momento e conforme as “invocações” boas ou más que os vivos
fazem aos mortos em seus projetos de vingança, disposições maledicentes, desejos lúbricos,
ressentimentos, excesso de orgulho e de amor próprio!
Sem dúvida, seria ideal que o homem pudesse alcançar os grandes desideratos da mediunidade somente
através da intuição ou da inspiração dos espíritos superiores. Seria um desenvolvimento sadio e consciente,
sem espasmos e sofrimentos próprios da presença de espíritos inferiores e conturbados.