15. Animismo e mistificação
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
Assim, aqueles que a história romanceada os descreveu heróicos, benfazejos ou desprendidos, “baixam”
nas sessões espíritas a cumprir missões elevadas e que condizem perfeitamente com o seu caráter e
temperamento tradicionais. Já os que a pena do escritor os retratou tiranos, cruéis, falsos, maquiavélicos ou
cúpidos, também se apresentam nas sessões espíritas corroídos pelo remorso ou pelas dores, ou então
jurando vingança e prorrompendo em ameaças contra os que pretendem doutriná-los.
Os vultos trágicos de revoluções, guerras e episódios históricos já foram doutrinados dezenas de vezes,
pois determinado número de médiuns ainda não conseguiu libertar-se completamente da fascinação
exercida na sua mente pelas leituras românticas e históricas, cujos personagens excitam-lhes a memória e
interferem animicamente nas comunicações dos espíritos, impondo-se, por vezes, com foros de profunda
realidade. Embora esses médiuns muito anímicos sejam vítimas de sua própria exaltação psíquica, agindo
sem má intenção, é óbvio que nem todas as comunicações em nome desses personagens históricos são
apócrifas, pois alguns espíritos, que a história destacou pela sua turbulência, crueldade ou maquiavelismo,
ainda curtem o remorso de suas aventuras ignóbeis ou dos crimes exercidos, comparecendo eventualmente
a certos trabalhos espíritas sem qualquer modificação espiritual.
Entretanto convém advertir quanto aos prejuízos da imaginação indisciplinada dos médiuns anímicos, que
revivem nas sessões mediúnicas a figura de certos personagens históricos e aventureiros, cuja índole e
temperamento, quase sempre são apenas a suposição daquilo que os autores, que os descreveram em
seus romances, imaginaram terem eles sido na realidade.
3. O MÉDIUM ANÍMICO-MEDIÚNICO
O médium que é ao mesmo tempo anímico e mediúnico abandona o seu corpo físico, mas não o cede a
ninguém; ele mesmo é quem toma conhecimento dos fenômenos do mundo astral e depois os relata,
convicto de que esteve sob a incorporação ou influência de um desencarnado.
O médium anímico-mediúnico é aquele cujo espírito se afasta do seu organismo material e,
em liberdade, entra em relação com os espíritos desencarnados, e mesmo com os
encarnados.
Trata-se de um médium cujo espírito e perispírito se afastam realmente do corpo carnal durante o sono
hipnótico ou por qualquer acontecimento emocional incomum, ficando preso unicamente pelo cordão
fluídico ou ectoplásmico, também conhecido por “cordão prateado”.