2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________  

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

 

Somente crer em Deus não é a vivência em Deus; não é propriamente achá-Lo ! 

 

 
A crença, de per si, não é uma auto-realização, não proporciona o autêntico encontro de Deus, mas apenas 
uma simples projeção do próprio indivíduo no desconhecido. A simples crença traz em si uma recompensa 
extramaterial, constituindo um verdadeiro mercado de redenção espiritual, onde os crentes investem na 
expectativa dos dividendos da Divindade, pois têm na crença um motivo para viverem mais confiantes e 
esperançosos, pretensamente garantindo a salvação, caso exista alguma coisa além e após a morte do 
corpo físico. 
 
As religiões organizadas ficam repletas de crentes que cultuam certos postulados afins a uma idéia 
específica de Deus, condicionados a uma crença sistemática e padronizada, sem entretanto, modificarem o 
seu  “eu interior” e sem incorporarem os valores incomuns do “EU superior” divino, que é conquista 
individual através do estudo, pela abnegação, serviço ao próximo e, sobretudo, ação independente de 
qualquer interesse egoísta. 
 
Pouco adianta o homem crer em Deus e não desenvolver em si mesmo os atributos divinos que possui 
latentes no âmago do seu próprio espírito, pois somente a ativação em si mesmo dos princípios que 
sintetizam o Amor, a Sabedoria e o Equilíbrio infinitos é que fará a criatura conseguir maior proximidade 
com o Criador. 
 

 

A crença puramente intelectual e especulativa torna-se atributo dispensável, 

caso não modifique a maneira de agir e sentir do homem ! 

 

 
Embora o intelecto planeje através do poder mental, o centro psíquico que sublima e sensibiliza o ser é a 
afetividade, que vitaliza o crescimento divino através do Amor! A crença em Deus é de pouca significação 
no homem que não desenvolve em si próprio os valores críticos, mesmo que venha contribuindo 
financeiramente com obras religiosas e caritativas, geralmente por medo de perder o Céu! Muitos são 
aqueles que crêem veementemente em Deus, freqüentam instituições religiosas, mas vivem de maneira tão 
censurável que desmentem frontalmente a posse dos atributos do mesmo Criador em que eles crêem 
acreditar. 
 
A descrença em Deus não é atestado de inteligência incomum, mas apenas fruto da excessiva escravidão 
aos sentidos físicos 
do homem transitório, e conseqüência da ignorância humana de não saber que 
Criador permanece integrado na sua obra
, podendo ser  “sentido” pelas suas criaturas. Isso ocorre 
quando o intelecto orgulhoso da personalidade humana transitória se sobrepõe à intuição do espírito 
imortal, dinamizado pelo cientificismo querelante, sentindo-se humilhado em fazer concessões a uma 
Realidade Divina, além de si mesmo. 
 
O estágio nos mundos físicos tem somente a função restrita de despertar os valores psíquicos do cidadão 
espiritual, mas impossível de lhe comunicar a Realidade Divina. O homem que ainda não se conhece a si 
próprio, infeliz vítima dos vícios e das paixões da coação animal, jamais deve se orgulhar de negar Deus, 
que criou o Universo. 
 
A crença em Deus pode ser enfermiça e devastadora, quando contraria e desmente os próprios atributos da 
Divindade, pelos crentes que ainda cultuam o ódio, a ignorância, a maldade e a injustiça, que são opostos 
aos valores divinos do Amor, Sabedoria, Bondade e Justiça, ou seja, ainda cultuam as manifestações 
normais da natureza inferior humana, em face de ignorarem a existência das leis divinas que regem o 
Cosmo e que são emanadas do Ser Supremo. 
 
O crente que age de modo censurável e repelente nega a sua assimilação a qualquer postulado religioso de 
aspecto divino, e com isso demonstra o seu atraso espiritual. É necessário que o homem creia para se 
renovar, para se higienizar espiritualmente, para se aperceber do divino e para atender ao impulso íntimo de 
comunhão com Deus na busca de ascese angélica, mas é ignomínia toda crença que divide os homens, e 
se transforma em atos censuráveis que desmentem frontalmente os valores autênticos da espiritualidade 
ante o predomínio dos instintos inferiores da animalidade.