2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Não se pode louvar qualquer crença em Deus que leve o
homem a se desgraçar em lutas antifraternas e religiosas.
A crença em Deus leva o indivíduo a demonstrar certa humildade, uma vez que confia em algo superior a si
próprio, ao admitir a existência de um Criador além de sua reconhecida incapacidade humana.
Essa humildade traduz um eficiente estado de apercebimento da própria vida superior, ou faculdade de
auscultação psíquica que favorece o fluxo de intuição e, enquanto manifestação transcendental, requer uma
certa eletividade do homem, uma espécie de encontro simpático no limiar de ambos os mundos espiritual e
material. Assim a crença em Deus, e a admissão da sobrevivência do espírito, já é uma comprovação de
uma sensibilidade mais incomum, embora possa ser rotulada de superstição, misticismo ou ingenuidade.
Por outro lado, todo aquele que tiver de provar, pela matemática e lógica do mundo, todo fenômeno ou
previsão do futuro, para só então crer em Deus, será lamentado pela infelicidade de nunca poder crer em
Deus, porque, além de não poder analisa-lo e descreve-lo, Ele é incomprovável!
A simples premissa de que para crer é preciso provar, torna o homem eternamente ateísta,
pois o maior e o mais importante fenômeno, que é Deus, nunca poderá ser “provado”!
1.5 PRESENÇA DE DEUS E EVOLUÇÃO
Há uma sabedoria muitíssimo além da capacidade e da ação humana, e da pretensa espontaneidade da
Natureza, que regula a procriação dos seres até um limite ou risco sensato, que permite a sadia e
inteligente continuidade da vida. A sabedoria e o poder de Deus são perceptíveis nos mais singelos
fenômenos da Natureza, nas incessantes mutações das coisas e dos seres orgânicos do mundo, antes da
mais sábia intervenção humana.
O psiquismo matriz da vida, de onde provém toda a substância do mundo, ampara a sobrevivência dos
insetos, répteis, aves, animais e dos próprios homens em incessante progresso. Todos os esquemas de
manifestação da vida, processada através das mais variadas formas físicas, compatíveis a cada tipo de
orbe pulsante no Universo, são fruto de um planejamento cuidadosamente antecipado.
Não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seu progresso biológico de estados inferiores para
níveis superiores através dos milênios, num processo evolutivo e num sentido deliberadamente progressista
de harmonia e beleza, cuja constatação se verifica pelo exame e comparação de sua vida desde a idade
das cavernas até o conhecido estágio da atualidade.
O próprio homem, periodicamente e pessoalmente, intervém na Natureza corrigindo as coisas e melhorando
os seres do mundo físico, dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na fenomenologia da matéria,
mas sempre em obediência a uma Sabedoria Divina, que ativa as energias latentes que fluem pela
intimidade das formas, no milagre da incessante transformação.
Mesmo o modo intuitivo, característico das espécies inferiores, é conseqüência desse mesmo princípio
inteligente da Consciência Espiritual de Deus, que mobiliza os recursos adequados à sobrevivência e
subsistência a cada espécie, cujos corpos carnais transitórios de seus indivíduos são apenas vestimentas
passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde a exigências
das mentes individualizadas. É uma fase de evolução em que esse psiquismo se ativa pelas experiências
vividas no orbe, mesmo as dramáticas ou trágicas.
Existe, portanto, um cuidado fundamental da Divindade em executar, pela vestimenta carnal mais instintiva,
a ação de um futuro psiquismo melhor elaborado. A constatação desse fenômeno, embora não induza a
qualquer conclusão cósmica definitiva acerca da comprovação direta da Divindade, oferece ao homem
arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas quanto à indiscutível verdade de uma Inteligência
Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da natureza.