4. Involução e evolução nos Planos da Criação 16
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Tal qual imenso colar de contas que aumenta sucessivamente no tempo e no espaço pelo acréscimo
incessante de novas contas, cada uma representando uma vida humana, o espírito imortal é o fio
permanente que as une, sustentando as diversas personalidades humanas encarnatórias, moduladas nas
sucessivas existências físicas, através de organismos carnais que se substituem sucessivamente na
superfície dos orbes.
Enquanto essas contas ou encarnações físicas podem variar em sua forma, cor, raça ou contextura
personal transitória, o fio que as une, o espírito imortal, jamais se modifica. Não importa se em cada
encarnação ou cada conta desse suposto colar, a personalidade humana transitória venha a ser conhecida
por um determinado nome ou outro; o certo é que o fio do colar é a individualidade eterna que se emancipa
no tempo e no espaço.
Em cada existência física o espírito plasma um tipo de organismo cuja estrutura anátomo-fisiológica
depende também da herança biológica da família onde se encarna; em seguida, recebe um nome adequado
à raça ou parentela que lhe fornece a vestimenta anatômica, sem que isso lhe altere a identificação
individual definitiva e figurada nos registros de ordem sideral. A individualidade do espírito não se
enfraquece, mas se desenvolve e se encorpa, tanto quanto for o seu comportamento periódico às
sucessivas vidas humanas.
Todos os espíritos progridem lenta e incessantemente, sob o mesmo processo evolutivo, em consonância
com a Sabedoria, Justiça e o Amor de Deus, pois não há discrepância, privilégio ou graça na pedagogia
divina; assim, as distinções de capacidade, inteligência e cultura inata entre os homens são mais
propriamente diferenças de idade sideral de seus espíritos.
É o tempo de vida da consciência de cada espírito, ou mais propriamente a sua idade sideral, que o situa na
faixa vibratória eletiva ao seu maior entendimento psíquico, em vez do conhecimento ou da aquisição obtida
na precariedade de uma existência física.
O troglodita, por exemplo, ainda é um espírito infantil, que apura a sua sensibilidade psíquica através do
exercício dos cinco sentidos físicos em adestramento no mundo; é criatura que mal engatinha no
apercebimento de sua consciência sideral, demasiadamente imatura para impor o seu princípio espiritual
sobre a força milenária das tendências animais.
Assim como a criança que, sob a disciplina do mundo, desenvolve-se protegida até alcançar a condição de
homem adulto, e se liberta das irresponsabilidades da infância, todos os espíritos ainda crianças, ignorantes
e virgens, também ingressarão no seio da humanidade angélica, conscientes de sua vida imortal.
“Nenhuma ovelha será perdida no aprisco do Senhor”
Cada uma das criaturas humanas é um espírito indestrutível porque foi criado da própria essência divina e
eterna, mas variando conforme a idade sideral. Houve um tempo, ou momento, há séculos, milênios,
milhões, bilhões ou trilhões de anos do calendário terrestre, em que então começamos a existir como
indivíduos diferenciados no seio da criação. Assim, existem simultaneamente no Universo tantos
espíritos novos e infantis, como antigos e adultos, mas cuja graduação ou gabarito espiritual depende
exatamente do tempo em que eles principiaram a ter noção de existir.
Em todos os instantes da vida, nascem, surgem ou se iniciam novas consciências, isto é novos espíritos se
individualizam no Universo e adquirem a noção particular de existir, embora continuem vinculados sempre à
fonte criadora Divina.
Deus não concede privilégios especiais e extemporâneos, mas proporciona, eqüitativamente e sem
quaisquer preferências ou simpatias, os mesmos ensejos de conscientização e aperfeiçoamento a todas as
suas criaturas. Nenhum espírito é originalmente superior a outro, mas todos possuem em estado latente o
mesmo poderio, a mesma capacidade, sabedoria e anseio evolutivo rumo à Fonte Criadora. As
consciências majestosas e interplanetárias dos anjos e arcanjos, que iluminam e nutrem a intimidade
psíquica dos orbes e das constelações astronômicas, não passam de entidades emancipadas sob o
mesmo processo espiritual e evolutivo que preside a gestação e o desenvolvimento da consciência de
todos os filhos de Deus.