4. Involução e evolução nos Planos da Criação 18
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
O homem eleva-se ou afina-se em espírito, à medida que purga os seus pecados, abandona
os vícios ruinosos, domina as paixões perigosas e despreza os prazeres lascivos da carne.
Comumente o homem excita os seus nervos tanto quanto seja o seu interesse em maior contato com o
turbilhão da vida, e principalmente devido à cobiça pelas coisas do mundo material.
Aqueles que pretenderem uma existência tranqüila e quiserem libertar-se dos ciclos
aflitivos da vida física, precisarão orientar-se pela inteligente advertência de Jesus, quando
disse: “Buscai os tesouros que a traça não rói e a ferrugem não consome!”.
Conforme reza a tradição religiosa, o homem á inspirado à direita pela voz do anjo, que então o aconselha à
prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão capciosa do mal, simbolizada na figura
tenebrosa do Diabo mitológico.
Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões da carne e alçar-se
às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal, ou Lúcifer, exige-lhe a submissão completa ao
mundo das paixões crepitantes e dos vícios sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há
tantos milênios ele domina.
Trava-se desesperado convite entre a “luz” e a “treva”, entre o “espírito” e a “carne”, pois
no mundo oculto do ser, a personalidade humana impõe as suas algemas tirânicas,
enquanto o espírito tenta a sua libertação definitiva!
Os santos e os gênios podem explicar isso, pois eles se sentiram perturbados, exauridos e desalentados
quando, em sua luta titânica, tentaram a vitória do espírito sobre o desejo animal.
Embora a alma forje a sua consciência de “ser” ou de “existir” no Cosmo, pela disciplina e coação educativa
da matéria, paradoxalmente ela só consegue a sua libertação definitiva depois que foi escrava dos instintos!
A alma liberta só se move no trânsito sideral quando logra o perfeito equilíbrio entre as suas duas asas, em
que uma significa a razão, e a outra o sentimento, emancipados.
Os credos, as religiões, os cursos iniciáticos e as doutrinas espiritualistas ajudam o homem a distinguir a
senda mais certa para sua ventura espiritual, mas só a “auto-realização”, a vivência em si mesmo dos
ensinamentos evangélicos, é que lhe concedem o direito de habitar planos paradisíacos.