4. Involução e evolução nos Planos da Criação                                                                                         22 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

Pode-se considerar que os corpos físicos dos seres em evolução são apenas vestimentas passageiras
em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde às exigências das mentes 
individualizadas. É uma fase de evolução em que esse Psiquismo se ativa pelas exigências vividas no orbe, 
inclusive nas próprias situações dramáticas ou trágicas. 
 
Além do cuidado fundamental da Divindade em proporcionar mais tempo de vida orgânica à criatura, ainda 
exercita, pela vestimenta carnal mais instintiva, a ação de um futuro Psiquismo melhor elaborado.  
 
O Criador proporcionou na busca da vida um sistema de “autoproteção” particular a certas espécies de 
animais que lhes permite uma defesa ou dissimulação mais adequada, para maior probabilidade de 
sobrevivência no ambiente onde vivem: o fenômeno do mimetismo, que as disfarça convenientemente de 
modo a iludirem ou desorientarem as espécies mais fortes e agressivas que deles se alimentam. O 
mimetismo disfarça ou confunde o ser no meio ambiente onde vive e o ajuda a passar despercebido na sua 
luta pela sobrevivência. Esse fenômeno, que serve de proteção à sobrevivência mais prolongada das mais 
variadas espécies do reino animal, embora não induza a qualquer conclusão cósmica definitiva, ou 
comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas, 
quanto à indestrutível verdade de uma Inteligência Superior operando na intimidade de todos os fenômenos 
da Natureza. 
 
A vida no campo denso da matéria, inegavelmente, é um gravoso palco de lutas fatigantes de 
experimentações dificultosas, onde o espírito do homem é ativado pelas energias que se atritam, requintam-
se e se sublimam no sentido de ele superar o instinto animal, que o protege mas também o escraviza 
desairosamente às vibrações inferiores. 
 
O homem luta até uma certa freqüência sob o impulso energético das forças primárias da animalidade, as 
energias telúricas que eclodem da espécie animal instintivas e implacáveis, e deve opor-se veementemente 
à força bruta da tirania do instinto animal,
 que o ajuda mas o escraviza, para ativar e desenvolver em seu 
espírito o amor e a sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo. 

 

 

O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, é o autor de sua           

própria conscientização, caso contrário não haveria para ele qualquer valor. 

 

 

Apesar do protesto justificável, de que não há mérito nem valiosidade no sofrimento da criatura para depois 
ser venturosa, muito pior seria ela ter sido criada como um produto automatizado e elaborado 
mecanicamente em série. 

 

 
É a auto-realização, a transformação preliminar, a garantia de um futuro venturoso, quando 
o espírito sentir conscientemente os seus poderes criativos e sentir a possibilidade de 
plasmar nas formas do mundo toda a intuição superior como poesia, arte e imaginação 
sublime. 
 

 

Não importa se o homem, em princípio, confunde as quinquilharias dos mundos físicos transitórios como 
valores autênticos de sua futura felicidade; o certo é que ele jamais se perderá nos labirintos educativos das 
vidas materiais, porque o seu destino glorioso é a angelitude, e a luz que o guia queima no próprio 
combustível de sua centelha interior! Para tanto, precisa crer e confiar na pedagogia traçada pelo Criador, 
cujo resumo o ser possui em sua própria intimidade espiritual, na síntese microcósmica do  “reino divino”. 
 
Para a absoluta segurança de a criatura alcançar mais breve e corretamente a sua ventura eterna, a 
Divindade estatuiu a Lei do Carma, que disciplina, corrige e ratifica os atos insensatos e enfermiços que o 
espírito pratica nas vidas sucessivas na face dos orbes físicos. 
 
Nenhuma criatura deve invadir o direito alheio ou perturbar o destino dos seus companheiros em curso de 
aperfeiçoamento espiritual. Ninguém pode, sequer, carregar a cruz do seu irmão e sofrer por procuração 
quaisquer reações desagradáveis e indesejáveis, que devem ser vividas pelos próprios responsáveis ou 
culpados.