4. Involução e evolução nos Planos da Criação 23
.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
O espírito do homem é o autor do seu próprio destino e pessoalmente responsável pelos
efeitos bons ou maus decorrentes dos seus atos pregressos! Cumpre-lhe a tarefa de
despertar e desenvolver em si mesmo os valores íntimos que lhe devem assegurar a
vivência futura entre as humanidades siderais felizes.
O homem pode semear dores, júbilos, prazeres ou tragédias; porém sob a Lei do Carma, que é inflexível e
correta, mas justa e impessoal, ele se torna autor e, ao mesmo tempo, o receptor de todos os
acontecimentos ou males praticados a favor ou contra o próximo.
Ninguém pode alegar ignorância das sanções da Lei do Carma, num atribuir injustiças a Deus, depois das
advertências insistentes de todos os instrutores e mestres da espiritualidade, que enunciaram que “a
semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, e que “a cada um será dado segundo as suas obras”. O
mal é tão somente uma condição transitória, de cujo reajuste resulta sempre um benefício futuro ao próprio
autor.
Mesmo sob a perversidade humana, que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o “traje” carnal
provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o Princípio de Causa e Efeito
proporciona uma nova existência física para a vítima, auferindo-lhe mais proveito e compensação, porque
ela foi perturbada no seu ciclo de evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é
recolhido à oficina do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda
dominada pelas ações negativas. Depois ele retorna para a mesma estrada de aperfeiçoamento espiritual,
prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da imortalidade e alcançar a sua própria ventura.
O mal ou o sofrimento são etapas do mesmo processo evolutivo,
cuja ação é transitória e tende sempre a um resultado superior.
Pode-se considerar, por exemplo, que é um mal a agressividade dos insetos, vermes e aves contra a planta
na sua luta para crescer; no entanto, tudo isso não passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal
à maior concentração de energia íntima na defesa, culminando no sucesso do seu próprio
desenvolvimento.
O mal é tão somente acidente na escalonada evolutiva, a fase negativa que perturba mas se
corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece tanto quanto o espírito firma a
contextura definitiva de sua consciência.
Sob o princípio de “cada um colhe o que semeia”, todo mal pode causar dor e sofrimento para o seu próprio
autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a vítima; contudo, disso resulta também a
purificação do pecador e conseqüente melhoria de qualidade espiritual. Os considerados “atos malignos”
causam prejuízos a outrem; mas se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria
imortalidade, então desaparece o estigma detestável do “mal”, que é compensado pelo “bem” mais breve
a que faz jus pelo seu sofrimento.
“O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro”; quando apanhado pela lei de retificação
espiritual, o autor do próprio ato destrutivo ou perverso é submetido ao processo
retificador, alcançando o reajuste e a redenção espiritual.
Na inconsciência da prática do mal, o espírito do homem aprende a consciência do próprio bem! A dor e o
sofrimento indesejáveis, embora estigmatizados pelo homem, são manifestações implacáveis que sublimam
todos os produtos ou seres criados por Deus, para ascensionar a estados e níveis siderais superiores.