5. A Lei do Carma                                                                                                                                           5 

                                                                                                                                                                         

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

 

 
Não seria justo que o delito de um homem em certa existência obrigasse a Lei a criar um 
acontecimento criminoso no futuro, para que o culpado se ajustasse ao mesmo na próxima 
encarnação. 
 

 

A Lei Cármica não promove, por exemplo, a reencarnação de um assassino do passado de modo a que 
venha a morrer de propósito nas mãos de outro impiedoso assassino, pois isso faria supor, sem dúvida, que 
alguém se transformaria fatalmente em homicida para que fosse cumprido o seu destino trágico! 
 
Na verdade, a Lei Cármica o situa num meio onde haja maiores probabilidades de ele ser vítima de 
violências, quer por se encontrar entre maior número de homicidas em potencial, quer por se achar ligado a 
adversários vingativos, que tenham sido suas vítimas no pretérito. 
 
Nesse exemplo, o assassino do passado não se defronta com um destino implacável a confeccionar novos 
homicidas para que se tornem instrumentos cármicos punitivos das infrações do passado. A Lei apenas 
aproxima adversários que se unem dentro de suas próprias afinidades e tendências espirituais, por cujo 
motivo terminam punindo-se entre si, ainda sob a lei de que “os semelhantes curam os semelhantes”. 
 
 

4. OS ENSINAMENTOS DE JESUS SOBRE A LEI DO CARMA 

 
Jesus, em suas advertências e admoestações evangélicas, também se referiu a essa “causa” e “efeito”, que 
é a engrenagem do Carma. O Divino Mestre, como abalizado instrutor espiritual, conhecia perfeitamente o 
mecanismo e a razão da Lei do Carma, que preside e disciplina o destino dos espíritos encarnados. 
 
Sem dúvida, ele não podia expor claramente o mecanismo cármico ao povo de sua época, em face do 
primarismo dos seus conterrâneos e, sobretudo, para não contrariar os dogmas do Judaísmo, que não 
tardaria em protestar contra tal ensino inusitado. Mas esse conhecimento pode ser identificado em sua obra 
através de símbolos e parábolas, bastando examinar a sua conceituação evangélica. Os conceitos 
evangélicos de: 

 

“quem com ferro fere, com ferro será ferido”; 

 

“a cada um será dado segundo as suas obras”; 

 

“o homem pagará até o último ceitil”. 

... são princípios insofismáveis da Lei do Carma, tanto quanto os aforismos e ditos populares, neste 
particular, que advertem: “quem semeia ventos, colhe tempestades”, ou, “o mal que se planta à noite, colhe-
se de dia!”
 
 
Assim, quando Jesus aconselhava que o maior dos mandamentos é o “ama ao próximo como a ti mesmo”, 
e também “faze aos outros o que queres que te façam”, a sua intenção era realmente orientar o homem 
para evitar um “mau futuro”, libertando-se da severidade do Carma inflexível e da imantação às superfícies 
dos orbes físicos. 
 
Malgrado a sua expressão de ensino moral ou de advertência espiritual, o conceito expresso por Jesus de 
“cada um colhe o que semeia” é uma lei científica. Além da conceituação moral dos ensinamentos do 
Mestre Jesus, há também o fundamento derivado das próprias leis do Universo! 
 
Jesus não foi apenas um instrutor espiritual, sociólogo ou expositor de um “Código Moral”, mas, acima de 
tudo, um avançado espírito que já tinha sintetizado num único conceito, os demais conceitos de filosofia, 
ciência e religião. 
 
Sem dúvida, o conceito de Jesus de “cada um colhe o que semeia”, em equivalência com outras máximas, 
como “a cada um será dado segundo as suas obras”, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, ou ainda 
“pagarás até o último ceitil”, 
evidenciam a presença de um princípio legislativo de “causa e efeito”, que 
decorre da própria Lei Única de “ação e reação” do Cosmo.