5. A Lei do Carma 10
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Assim, por exemplo, um campeão de natação, nem por isso fica livre das más conseqüências de nadar num
rio infestado de jacarés, bem como um espírito santificado terá de sofrer as injunções do clima, da pressão,
da instabilidade geológica e do solo geográfico do planeta onde ele tiver de se encarnar.
Seria bastante absurda a exigência de se modificar de imediato a composição geofísica de certo orbe só
porque lá se encarnou determinado espírito, cuja graduação espiritual não aprova tal ambiente onde deve
viver!
Assim, há muita diferença entre o “carma fundamental” do espírito que se encarna em Marte, cujo planeta
agradável, tranqüilo e saudável, devido ao fácil controle climático e topográfico conseguido pelos marcianos,
então proporciona existência física venturosa, quando comparado à natureza hostil e instável da Terra!
O Planeta Terra, devido à sua instabilidade geológica, natureza agressiva e rude, moradia de humanidade
primária, daninha, violenta, cruel, vingativa e destruidora, qualquer que seja o grau evolutivo e a
sensibilidade do espírito superior ali encarnado, jamais poderá fugir das conseqüências “naturais” e próprias
do meio primário onde precisa ou decidiu-se por habitar.
Em conseqüência, quer o espírito seja mau ou bom, sadio ou enfermo, ignorante ou sábio, o seu “carma
fundamental” deriva-se intrinsecamente da natureza e reação de cenário físico que lhe emoldura a vivência
humana.
Daí o motivo por que um espírito do quilate de um Francisco de Assis, que era absoluta renúncia, ou
mesmo de Jesus, sacrificado até a última gota de sangue pelo seu amor aos homens, ainda sofrem mais do
que o homem comum terrícola, porque este se defende com unhas e dentes pela melhor sobrevivência e
não alimenta os escrúpulos e a tolerância das almas sublimes.
Malgrado o seu elevado gabarito sideral, os santos não podem se livrar da agressividade da natureza
primária de um planeta como é a Terra, nem da ferocidade dos seus habitantes, recém-saídos das cavernas
da idade da pedra e que só entendem as especulações do mundo de César, mas descrêem da fantasiosa e
duvidosa felicidade do “Reino de Deus”!
Obviamente, Jesus não deve ter padecido na Terra efeito cármico de ter promovido uma crucificação no
pretérito, mas, para ele ministrar o “Código Moral” do Evangelho aos alunos terrícolas, obrigou-se,
conscientemente, a sofrer as injunções da escola primária em que viera lecionar, cujos alunos primários e
rebeldes, daninhos, desrespeitosos e cruéis, então o crucificaram, dominados pela sua irresponsabilidade
espiritual.
Num mundo de natureza agressiva, próprio dos seres ferozes e impiedosos, tanto quanto mais delicado for
o homem, mais facilmente ele será ferido pelo impacto violento e destruidor do meio.
Há o carma do indivíduo, e depois o carma da família, que se constitui na soma do ativo e do passivo de
todos os espíritos ali congregados para compor o grupo doméstico. Igualmente, há o carma de uma cidade,
que compreende o carma dos membros de todas as famílias aí residentes.
A soma do carma das cidades então é a do país, e a soma do carma de todos os países é o resultante do
continente, e finalmente a soma de todos os continentes é a do próprio orbe!
Considerando-se os vários tipos de planetas do sistema solar e as suas funções como orbes educativos
primários, ginasiais, secundários ou acadêmicos, a Terra é um mundo de carma bem mais rude do que
Marte, que lhe é um grau sideral superior.
A base fundamental do tipo de carma de cada espírito reside especificamente nas condições
mesológicas do próprio planeta onde é chamado a residir ou renascer.
Só pelo fato de qualquer espírito reencarnar-se na Terra, ele só fica condicionado a um carma mais
doloroso, por ser um orbe de natureza hostil e primária, portanto mais desventurado do que outro espírito
que renasce em Marte, cujo planeta é mais sublimado do que o mundo terreno!