5. A Lei do Carma                                                                                                                                           15 

                                                                                                                                                                         

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

 

9. A AÇÃO EDUCATIVA DA LEI CÁRMICA 

 
A criatura humana é sempre beneficiada, mesmo quando submetida à mais terrível prova cármica. 
Suponha-se, por exemplo, um espírito encarnado num corpo físico com paralisia total dos seus membros 
inferiores. Isso para ele é um mal porque, devido ao efeito cármico que lhe tolhe os movimentos das pernas, 
deixa de participar a contento do curso da vida transitória do mundo material. 
 
No entanto, em tal caso, a ação restritiva da Lei não tem por objetivo fazê-lo expiar de modo doloroso 
os seus erros do pretérito
, mas apenas desenvolver-lhe um melhor senso diretivo dos seus passos 
futuros. 
 
Se, por um lado, o impede de participar ativamente das movimentações comuns da vida física e o manieta 
pela paralisia, assim o faz para obriga-lo a uma existência mais introspectiva e ao constante esforço 
reflexivo, que também lhe apura o psiquismo. 
 
A paralisia ou deformidade, que o cinge a uma cadeira de rodas ou leito de sofrimento, não só o obriga a 
uma vida mais psíquica, como o afasta das paixões perigosas e das ilusões que vicejam nos caminhos do 
trânsito fácil da matéria. 
 
O paralítico, então, pode melhor desenvolver os bens do espírito e instruir-se mais facilmente, pois bem 
menores são as suas necessidades materiais e também lhe sobeja maior cota de tempo para compensar os 
prejuízos do pretérito. 
 

 
O que pode parecer punição ou expiação espiritual para as criaturas ignorantes do sentido 
criador e da recuperação cármica da alma, nesse caso não passa de retificação da onda de 
vida, que estava desarmonizada com a consciência do ser. 
 

 

Da mesma forma, quando se represa o curso dos rios, não se faz para castiga-los, mas apenas para que, 
do acumulo de suas águas resulte maior força para a usina benfeitora. 
 
Assim, quando muitas vezes a Lei do Carma, ajustando o efeito à causa correspondente, represa a 
liberdade do espírito e o paralisa no ergástulo de carne retificador, não o faz com o fito de qualquer desforra 
divina, mas apenas para corrigir o desvio psíquico perigoso e reconduzir novamente a alma ao seu curso 
venturoso. 
 
A enfermidade física é apenas um efeito contensivo e transitório, que tanto ajusta o energismo espiritual 
negligenciado no passado, como também se torna o meio pelo qual o espírito expurga os venenos 
psíquicos que lhe impedem a diafanização do perispírito. 
 
A Lei Cármica tem relação íntima com os padecimentos de certas criaturas submetidas a tratamentos 
dolorosos através de cirurgia ou da terapêutica médica convencional. 
 
Atualmente, devido ao estado moral e espiritual do cidadão terreno, a Lei Cármica ainda lhe preconiza um 
tratamento doloroso, à base de seringas hipodérmicas, tubagens de órgãos combalidos, aplicações e 
ingestão de medicamentos repulsivos, tóxicos e lesivos, que funcionam como efeitos das causas 
culposas do passado

 
Em face de haverem evoluído os métodos punitivos das leis humanas, com a abolição das torturas 
medievais, os médicos (muitas vezes sem que o saibam) acabam por funcionar como instrumentos de 
retificações cármicas nos seus pacientes.
 
 
Aqui, o usurpador cruel do passado, que oprimia os seus adversários políticos, sofre atrozmente devido à 
chaga infecciosa e rebelde que surge num órgão que foi operado precipitadamente. Ali, é o velho inquisidor 
do “Santo Ofício” que, estirado no leito de luxuoso hospital, mostra-se completamente perfurado por agulhas 
hipodérmicas, com as carnes maceradas pelas seringas dos soros e transfusões de sangue, que pingam 
através de tubos suspensos de aparelhos especiais, como se fossem instrumentos de tortura.