5. A Lei do Carma                                                                                                                                           16 

                                                                                                                                                                         

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

 

 
Acolá, a feroz fazendeira, que se servia do fogo para supliciar os seus infelizes escravos, encontra-se 
transformada noutra figura humana submetida a terríveis cautérios e intervenções cruciantes, enquanto o 
seu coração combalido não permite a menor intervenção da anestesia para faze-la esquecer o sofrimento! 
 

 
As criaturas que ainda precisam percorrer a “via crucis”
 dos consultórios médicos, 
submetem-se a exames radiográficos, experimentações dolorosas, tratamentos espartanos e 
hospitalizações urgentes, enquanto os seus males se agravam dia-a-dia, sem dúvida ainda 
gemem sob um carma penoso! 
 

 

A Lei não se vale dos acontecimentos cármicos para punir as criaturas, o que seria incompatível com a 
bondade de Deus; mas transforma-os em recursos terapêuticos para as suas almas, efetuando-se a cura 
através do processo homeopático, em que “semelhante cura semelhante! (“similia similibus curantur”). 
 

 

A equanimidade da Lei do Carma é que marca o resgate do “último ceitil” de que falou Jesus. 

 

 

A Lei do Carma exige que se pague “ceitil por ceitil”, ou seja, o total de todas as perturbações que o homem 
ocasionar aos outros com a sua natureza animal inferior. Mas a bondade divina permite que ele diminua a 
quantidade ou a intensidade do mal praticado, desde que ele trabalhe em favor dos miseráveis, ou então se 
sacrifique heroicamente para a melhoria do mesmo mundo em que tenha contribuído para a sua 
perturbação. 
 

 
O homem tanto tem oportunidade de pagamento contínuo de sua dívida cármica, quanto 
incessante crédito
 provindo dos serviços espontâneos de abnegação e amor 
desinteressados. 
 

 

Nesse sentido, há mil recursos oferecidos pela vida humana, que permitem à alma laboriosa e decidida 
reparar os seus delitos do pretérito. Daí se infere que a Lei é rigorosa, mas é justa; que o Pai é 
fundamentalmente Amor, e não simplesmente Justiça!
 
 

 
Não há júri punitivo no Espaço, ou instituição penal com a finalidade exclusiva de julgar e 
acertar as contas dos desencarnados sob o conceito de “olho por olho, dente por dente!” 
 

 

As leis cármicas, traduzidas pelos aforismos de “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, “a semeadura 
é livre, mas a colheita é obrigatória”, ou ainda, “terás de pagar até o último ceitil”, são muito suavizadas pelo 
conceito de auto-responsabilidade, que assim diz: “a cada um será dado segundo as suas obras”. Não se 
trata de sentenças ou leis punitivas determinando castigos aos pecadores; trata-se simplesmente de 
conseqüências técnicas, em que os efeitos resultantes derivam de causas semelhantes
 
Assim, o homem rico, que consome sua fortuna em seu exclusivo bem e disso resultam prejuízos alheios, 
estabelece uma “causa” culposa pelo abuso do livre-arbítrio, devendo corrigi-la ao sofrer os seus efeitos 
danosos noutra vida, quando então enfrentará a prova da miséria como a terapêutica para o seu reequilíbrio 
espiritual. Da mesma forma, a mulher que se nega a ter filhos, fugindo ao sagrado imperativo do “crescei e 
multiplicai-vos”, numa existência futura poderão nascer-lhe gêmeos, trigêmeos e quíntuplos, constituindo 
uma prole numerosa, para a compensação da negligência pregressa. 
 
Os pais que abandoam os filhos nas vidas anteriores, como péssimos zeladores dos seus próprios 
descendentes, a Lei do Carma os torna estéreis nas encarnações futuras, a fim de que se adestrem e 
desenvolvam o sentimento paterno criando filhos adotivos!