1. Ramatís e sua obra
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. SIGNIFICADO ESOTÉRICO DOS TRAJES DE RAMATÍS
É muito comum aos trabalhadores espirituais do Oriente apresentarem-se aos médiuns ostentando certos
emblemas iniciáticos do Espaço, como a esmeralda, o rubi, o topázio ou a safira nos turbantes, e que não
expressam a convenção comum das jóias terrenas, mas apenas certa identificação particular, tal como as
fraternidades terrenas usam a estrela de salamandra, o signo de Salomão ou o triângulo egípcio. Não se
trata apenas de talismãs ou insígnias supersticiosas, nem mesmo de distinções hierárquicas, mas apenas
de sinais que identificam entidades sob o mesmo gênero de trabalho e de responsabilidade espiritual nas
comunidades astrais do Oriente.
Afixada sobre o turbante de tipo indochinês, usado nos templos da Índia do século X, a esmeralda
ostentada por Ramatís é o emblema simbólico dos espíritos que operam na faixa das “radiações azuis”,
cujos efeitos são balsâmicos e terapêuticos. O cinto e a capa são reminiscência ou tradição dos templos da
extinta Atlântida.
As fitas ou cordões que lhe prendem o turbante, flutuando sobre os ombros, são velhas insígnias de
atividade iniciática, e definem atributos de teor moral ou de conhecimento: a cor carmim é a do iniciado
integrado na radiação do amor, que simboliza o “Raio do Amor”; a de cor verde designa o “Raio da
Sabedoria”; a amarela exprime a radiação da espiritualidade, o “Raio da Vontade”; a azul indica o “Raio da
Religiosidade”, e um último cordão branco é o símbolo da “liberdade reencarnatória”, indicando que
Ramatís é um iniciado que já se libertou dos estigmas das reencarnações compulsórias em mundos físicos
(um Nirmanakaya). Sobre o peito porta uma corrente formada de pequeninos elos de fina ourivesaria, da
qual pende um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma delicada cruz alabastrina. A cruz branca
representa a obra sacrificial de Jesus e é símbolo da filosofia cristã; o triângulo reporta-se à mística oriental,
constituindo ambos a insígnia espiritual da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, na qual exerce função de
Secretário Geral.
4. O QUADRO PSICOPICTOGRAFADO DE RAMATÍS
A imagem pela qual Ramatís foi imortalizado, deveras conhecida entre os seus admiradores, resultou de um
quadro recebido por meio de psicopictografia mecânica (“pintura mediúnica”), através da médium Dinorah
Azevedo de Simas Enéas na década de 50, no Rio de Janeiro, posteriormente presenteado ao médium
Hercílio Maes.
Dona Dinorah, como ficou conhecida, era possuidora de singular mediunidade psicográfica, a maravilhosa
faculdade de retratar, por influenciação psíquica, personagens do plano espiritual; para tanto, preparou-se
durante dois anos, freqüentando o curso de pintura clássica na Escola Nacional de Belas Artes, onde mais
tarde tornou-se professora. Ao contrário da psicografia intuitiva, que faculta ao sensitivo receber, através de
uma espécie de “fonação intracerebral”, as imagens que a entidade ou espírito do plano invisível lhe projeta
na tela mental, pela via telepática, a autora do quadro de Ramatís, era médium psicógrafa “mecânica” em
alto grau.
No momento em que a sua mão e braço eram envolvidos ou saturados de fluidos magnéticos, que os
transformavam em instrumentos neutros ou passivos, desarticulados ou libertos do seu comando cerebral, à
guisa de dócil “pincel”, ela então passava a desenhar retratos por captação mental, sentindo as radiações
áuricas do espírito a lhe utilizar o equipo carnal para desenhar, às vezes tendo conhecimento, também, da
presença da Entidade ou “modelo” a ser retratado, sem, no entanto, saber-lhe previamente a identidade.
Então, a mão dessa sensitiva ganhava tal autonomia de movimentos que, a um só tempo, enquanto
deslizava sobre o papel ou tela, desenhando ou pintando, ela podia até mesmo entreter conversação com
uma ou mais pessoas, abordando assuntos diversos do foco de atividade de sua mão, que atuava sob ação
puramente mecânica, obedecendo à influenciação mental do espírito que a ancorava e dirigia, em
conformidade com a “idéia” ou “plano” deste.
Curioso notar que Dona Dinorah não era médium vidente, não “via” previamente os espíritos para então
lhes desenhar o retrato por meios próprios; embora o braço e a mão da médium ficassem libertos do seu
comando cerebral, não deixavam de ser uma espécie de instrumentos perfeitos e afinados, em condições
de corresponderem às exigências técnicas da execução por parte do “artista” invisível, conseqüência de seu
prévio preparo e constante treino na arte do desenho.