7. O duplo etérico                                                                                                                                          

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

Portanto durante o nascimento e o crescimento do homem com a prova de mediunidade, também se 
modela o seu duplo-etérico obedecendo à mesma inclinação da linha magnética do perispírito, que fica 
assim algo deslocado à altura do baço físico e do chacra esplênico, facilitando-lhe o transe mediúnico do 
modo mais freqüente. 

 

Dessa forma, em obediência às linhas de forças que lhe determinam o desvio à esquerda de seu corpo 
físico, o duplo-etérico se transforma em janela viva constantemente aberta para o mundo oculto, pondo o 
homem em contato mais íntimo com os fenômenos extraterrenos, o que lhe confere a condição de um 
médium, ou seja, aquele indivíduo que pressente e ausculta a vida invisível mediante fenômenos incomuns. 
(“médium de prova”).
 

 

No entanto, a dupla inclinação do perispírito e do duplo-etérico, que faculta a mediunidade de efeitos físicos, 
a psicografia mecânica ou a incorporação completa, 
nada tem a haver com as faculdades espirituais inatas 
no homem superior, como o poder da Intuição Pura ou a Clarividência Espiritual, cujas qualidades sublimes 
dependem fundamentalmente da formação moral e do grau sidéreo da alma (“médium natural”), em vez 
de uma simples intervenção técnica extemporânea.  

 

Os médiuns, em geral, são mais sensíveis que o homem comum, pois se mostram nervosos e doentios, 
facilmente afetados pelos fenômenos materiais do meio onde vivem, e pelas reações morais, emotivas e 
mentais dos demais seres que os cercam no mundo. Eles vivem superexcitados pelas preocupações mais 
comuns, enquanto as coisas mais simples se avolumam e os afligem, devido a sua mente hipersensível e 
ao contato mais freqüente do seu duplo-etérico com o mundo oculto

 

O desvio parcial do duplo-etérico e do perispírito, que é bem mais acentuado nos médiuns de efeitos 
físicos do que nos outros medianeiros
, é responsável por mantê-los em sintonia freqüente com a 
humanidade desencarnada e por fazê-los sofrer a influência dos sentimentos e das emoções boas ou más, 
projetadas do plano astral pelos espíritos desencarnados. 

 

Essa porta etérica aberta para o Além, devido ao desvio da linha perispiritual magnética, torna o médium de 
prova um ser hipersensível em contato mais demorado com os fenômenos do mundo oculto, mas lhe é 
também, uma faca de dois gumes, pois poderá arriscá-lo ao fracasso espiritual na vida física por 
imprudência, caso falseie em seus costumes, se devote às paixões violentas e cultive vícios degradantes. 
Portanto, os médiuns de prova necessitam de constante vigilância de seus atos no mundo físico, pois 
as entidades malfeitoras do Invisível os espreitam a todo o momento através desta porta psíquica 
vulnerável.  
 
Raros médiuns de fenômenos físicos puderam atingir o final de sua existência terrena de modo lisonjeiro, 
pois, em geral, os maquiavélicos das sombras conseguiram perturbar-lhes o mandato sideral, explorando-
lhes o orgulho, a vaidade, a cupidez, despertando-lhes interesses mercenários na especulação censurável 
de sua mediunidade. 

 

Infelizmente os médiuns de prova são criaturas que vivem a atual existência humana onerados por grandes 
responsabilidades ou delitos do passado e por isso, em face de qualquer descuido ou invigilância espiritual, 
eles se tornam vulneráveis às investidas perniciosas do mundo invisível, pois os de efeitos físicos, com 
raras exceções e devido à expulsão violenta do seu duplo-etérico, entram em transe à semelhança de 
ataques epilépticos ou dos viciados em entorpecentes. 

 

 

O médium deve observar uma vigilância constante nas suas emoções, pensamentos e atos, e 

fugir das paixões e dos vícios lesivos, caso deseje resistir à vontade subvertida, as desmedidas 

ambições e aos projetos sinistros de espíritos malévolos e mistificadores. 

 

 

Quando o médium de prova faz uso indiscriminado de anestésicos, entorpecentes, fumo, álcool e carne, 
essas substâncias tóxicas expulsam com violência do duplo-etérico do corpo físico; se ele se entrega 
desbragadamente às paixões violentas, aos vícios e aos prazeres condenáveis, então se isola 
imprudentemente dos próprios guias responsáveis pela sua segurança mediúnica no mundo terreno. 
Somente as criaturas de elevada estrutura espiritual, durante a sua existência heróica, mostram-se médiuns 
poderosos, e se colocam em freqüente contato com as entidades desencarnadas, sem correrem o risco de 
serem vítimas do poderio e da fascinação das Trevas.