11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos                                                                                                 4 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade  

Eles rendiam sua homenagem aos deuses, numes, gênios e os consideravam habitantes de um mundo 
estranho, muito diferente do que é habitado pelos homens. 
 
As próprias lendas brasileiras são também férteis de fenômenos mediúnicos. No cenário das matas 
enluaradas surge o “boitatá” lançando fogo pelas narinas; nas encruzilhadas escuras aparece o 
fantasmagórico “saci-pererê”, saltitando numa perna só e despedindo fulgores dos olhos embraseados; na 
pradaria sem fim, corre loucamente a “mula-sem-cabeça”, ou na penumbra das madrugadas nevoentas, os 
mais crédulos dizem ouvir os gemidos tristes da alma do “negrinho do pastoreio”. 
 

 

Nas épocas em que a humanidade viveu sob regime patriarcal, circunscrito a clãs ou tribos, a mediunidade 
era atribuída a poucos, que exerciam um verdadeiro reinado espiritual sobre os demais, em conseqüência 
do exercício dos seus supostos “poderes mágicos”, geralmente atribuídos a origem divina ou sobrenatural. 
 

 

As práticas mediúnicas se transferiram posteriormente para os círculos fechados dos colégios sacerdotais 
formados por castas privilegiadas de inspirados e, aos poucos, foram se difundindo entre o povo, dando 
nascimento aos videntes, profetas, adivinhos e pitonisas que, por sua vez, passaram a exercer inegável 
influência nos meios em que atuaram. 
 

 

 
No passado, a comunhão com as almas dos mortos foi, sobretudo, privilégio dos santuários, 
preocupação de alguns limitados grupos de iniciados. Fora desses círculos esclarecidos, asilos 
da verdadeira sabedoria antiga, as manifestações de além-túmulo eram, muitas vezes, 
consideradas sobrenaturais e associadas a práticas supersticiosas que lhes deturpavam o 
sentido. Ao homem comum, ignorante das leis da Vida e da Natureza, era vedado aprender os 
ensinamentos que se ocultavam sob os fenômenos mediúnicos. 
 

 
1.3 A MEDIUNIDADE NA HISTÓRIA SECRETA DAS RELIGIÕES ANTIGAS 

 
A história religiosa dos povos da antiguidade mostra que, desde épocas remotíssimas na História, a 
evocação de espíritos dos “mortos” era praticada por categorias de homens que faziam disso sua 
especialidade. Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas (cerca de 5.000 a.C.), já se tem 
notícia do intercâmbio espiritual com os chamados “mortos”. Tal atividade, porém, era somente exercida por 
homens e mulheres dedicados especialmente ao mister religioso, eram os “iniciados”, que às vezes 
levavam dezenas de anos se preparando para poderem, depois de desenvolvidas as suas faculdades 
mediúnicas, exercitar o seu poder sobre o povo e seus governantes, sendo, por isso, pessoas temidas e 
respeitadas por todos, pois formavam os círculos sacerdotais responsáveis pela orientação da massa.