11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos                                                                                                 5 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade  

Contrariamente ao que ocorre hoje em dia entre os praticantes do Espiritismo, por exemplo, as atividades 
que possibilitavam entrar-se em contato com as almas desencarnadas eram apanágio exclusivo da classe 
sacerdotal
, que monopolizara essas cerimônias, não só para delas fazerem fonte lucrativa de renda, 
mantendo o povo em absoluta ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte, como 
também para revestirem, aos seus olhos, um caráter sagrado, dado que somente eles detinham os 
segredos da morte. 
 

 

Com o passar do tempo, e em conseqüência das guerras e invasões que forçaram parte da população 
primitiva hindu a emigrar, o segredo das evocações dos espíritos dos mortos nas práticas mediúnicas se 
espalhou em toda a Ásia, encontrando-se posteriormente entre os egípcios e ainda entre os hebreus, essa 
tradição proveniente da Índia. 
 

 

Nas antigas civilizações de expressão, como as do Egito, da Grécia, da Pérsia ou em Roma, o mediunismo 
passou então a ser utilizado como fonte de poder e de dominação, razão porque era concedido somente a 
poucos indivíduos, sob as mais rigorosas condições de mistério e formalismo, dando nascimento a seitas e 
fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, cujo objetivo era estabelecer um 
certo espírito de disciplina e seleção. 
 
A mediunidade passou, assim, a exercer papel preponderante sobre a administração pública e na vida 
política das nações de então, pois os seus dirigentes jamais aventuravam qualquer passo importante sem 
prévia consulta aos oráculos, astrólogos e videntes. Mesmo na Roma imperial, caracterizada pela visceral 
amoralidade, os Césares não dispensavam essas consultas, submetendo-se de bom grado às inspirações e 
conselhos dos “deuses”. 
 

 

 

 

 

Todas as formas materiais exteriores, as cerimônias extravagantes dos cultos das religiões 
desaparecidas, das crenças extintas, que se realizavam nos templos e criptas sagrados, 
tinham por fim chocar a imaginação do povo, sob o qual fora estendido um “véu exterior e 
brilhante”, com a intenção de ocultar das massas os grandes mistérios das realidades do 
mundo espiritual. 

 

 

Por trás desses véus, as religiões antigas apareciam sob aspecto diverso, revestindo-se de caráter grave e 
elevado, simultaneamente científico e filosófico. Seu ensino era duplo: de um lado, exterior e público, 
propagando os ensinamentos ditos “exotéricos”, a saber, as informações e instruções liberadas aos leigos 
ou profanos; de outro lado era interior e secreto, reservando os ensinamentos e conhecimentos 
“esotéricos” somente aos iniciados nos antigos mistérios. Um exemplo disso foi a transmissão de 
conhecimentos sobre Magia, entendida como arte de empregar conscientemente poderes invisíveis para 
obter efeitos visíveis. Tais recursos, empregados para fins benéficos, significam “magia branca”, mas quem 
os empregar para o mal então pratica “magia negra”.