11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos                                                                                                 8 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade  

Durante a época védica, anacoretas “rishis” (sábios videntes) passavam o dia em retiro na vasta solidão dos 
bosques e às margens de rios e lagos; como intérpretes da ciência oculta, a doutrina secreta dos Vedas, 
eles possuíram misteriosos poderes que, transmitidos de século em século, exercem ainda hoje os 
chamados “faquires” e “iogues”. 
 

 

 

 

Desde tempos imemoriais, os sacerdotes brâmanes, iniciados nos mistérios sagrados, preparavam 
indivíduos chamados “faquires” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a 
levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica a dor, entre outros, além 
do treino para a evocação dos “pitris” (espíritos que vivem no Espaço, depois da morte do corpo), cujos 
segredos eram reservados somente àqueles que “apresentassem quarenta anos de noviciado e de 
obediência passiva”. 
 

 

Os Vedas trazem referências às comunicações mediúnicas, por exemplo, através do grande legislador 
Manu: “Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes convidados para 
as cerimônias em comemoração aos mortos, sob uma forma aérea, seguem-nos e tomam lugar ao seu lado 
quando eles se assentam”. 
O antigo texto sagrado hindu “Bagavatta” declara: “Muito tempo antes de se 
despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem, como as que habitam o corpo dos 
“sannyassis” e dos “vanaprastha” (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as 
almas
 que as precederam no “swarga” (mundo espiritual); é sinal que para essas almas, a série de 
transmigrações sobre a Terra terminou”. 
 

 

Krishna, educado pelos ascetas no seio das florestas de cedros no sopé da Himalaia, apareceu na História 
como o primeiro dos reformadores religiosos dos missionários divinos, renovou as doutrinas védicas, e 
afirmava no livro sagrado “Mahabhârata”: “Muito tempo antes de se despojarem de seu envoltório mortal, as 
almas que só praticaram o bem adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam na 
vida espiritual”.
 E isso ainda hoje é afirmado pelos brâmanes na doutrina dos “Pitris”, pois, em todos os 
tempos a evocação dos mortos tem sido uma de suas formas de liturgia. 
 
 
1.3.2 A MEDIUNIDADE NA RELIGIÃO DO ANTIGO EGITO 
 
A religião desempenhou um papel predominante na vida dos antigos egípcios, deixando sua marca em 
quase todos os setores de sua civilização, a ponto de sua arte ser uma expressão de simbolismo religioso, 
e de sua literatura e filosofia estarem embebidas de ensinamentos religiosos. As concepções filosófico-
religiosas no antigo Egito propagavam a idéia de um universo eterno regido por uma inteligência suprema, a 
noção de ciclos de acontecimentos que se reproduziam constantemente, e a doutrina das causas naturais, 
lastreados num idealismo moral e ético.