11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos                                                                                                 9 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade  

Seus adeptos criam na consciência inalterável de Deus como o Arquiteto do destino humano, na 
imortalidade da alma, na providência divina, no perdão dos pecados e nas recompensas e punições depois 
da morte. Contudo, a verdadeira alma do Egito, o segredo de sua vitalidade e do seu papel histórico, reside 
na doutrina secreta dos seus sacerdotes, cuidadosamente velada sob os mistérios de Ísis e Osíris, e 
experimentalmente analisada, no fundo dos templos, por iniciados de todas as classes e de todos os 
países. 
 

 

 

 

O culto popular de Ísis e de Osíris não era senão uma brilhante miragem oferecida à multidão. Debaixo da 
pompa dos espetáculos e das cerimônias públicas, ocultava-se o verdadeiro ensino dos pequenos e 
grandes mistérios. 
 

 

Sob formas austeras, os princípios dessa doutrina secreta foram, posteriormente, expressos nos livros 
secretos de autoria de Hermes, identificação feita pelos gregos ao deus egípcio Toth, cujo conteúdo incluía 
o conhecimento da teologia e da filosofia (Hermetismo erudito), da astrologia, alquimia e magia, 
(Hermetismo popular), apelidado “Trismegisto” (três vezes grande), autor ou inspirador de 42 livros: 36 
conteriam a ciência dos egípcios e os restantes, os conhecimentos da medicina, constituindo assim uma 
vasta enciclopédia; mas nem todos chegaram até os tempos atuais. 
 

 

 

     De forma idêntica às práticas religiosas da antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram 

desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados sob o mais profundo mistério, e 

rigorosamente vedadas à população leiga. 

 

 

Hermes Trismegisto afirmava, em relação aos conhecimentos ocultos, entre os quais se achava o 
mediunismo: “O véu do mistério cobre a grande verdade, pois o conhecimento total desta só pode ser 
revelado àqueles que atravessarem as mesmas provas que nós (“provas iniciáticas”). É preciso medir a 
verdade segundo as inteligências, velá-la aos maus, que dela fariam arma de destruição”. 
 

  

A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e de reais perigos, cujas provas 
físicas e morais eram longas e múltiplas, passando, entre outras, pelas provas da morte, do fogo, da água e 
da escravidão dos sentidos. Exigia-se o juramento de sigilo, e a menor indiscrição era punida com a morte.  
Essa temível disciplina dava forma e autoridade incomparáveis à iniciação e à religião secreta. À medida 
que o adepto avançava em seu curso, descortinavam-se-lhes os véus, fazia-se mais brilhante a luz e se 
tornavam mais vivos e animados os símbolos. O alvo mais elevado a que um iniciado podia aspirar era a 
conquista dos poderes sobrenaturais, cujo emblema era a coroa dos magos. 
 

 

Saídos de todas as classes sociais, mesmo das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores 
do Egito; os reis, por eles escolhidos e iniciados, só governavam a nação a título de mandatários.