11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 13
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
O médium difere do tradicional adepto filiado aos templos iniciáticos, porque deve enfrentar
as suas provas e tentações à luz do dia, entre as atividades e vicissitudes cotidianas.
O discípulo da iniciação oculta deve provar suas virtudes e vontade através de símbolos e das reações
provocadas pelos “testes” iniciáticos, ao passo que o médium enfrenta as mais duras provas no convívio da
família, no ambiente de trabalho, nas suas relações cotidianas, nas obrigações sociais e durante as
deficiências da saúde.
O Espiritismo foi inspirado pelo próprio Mestre Jesus para esclarecer os homens, cabendo-lhe atender
desde os cérebros mais cultos até os mais pobres de entendimento intelectual. Assim como o Divino Amigo
desceu à Terra para servir a “todos” os homens, o Espiritismo também assumiu a responsabilidade crítica
de atender toda a humanidade, sem qualquer exceção de seita religiosa, casta social ou privilégio de
cultura.
Alguns críticos afirmam que a fenomenologia mediúnica, sob os auspícios do Espiritismo, só atende a um
sentido espetacular, uma vez que os fenômenos do mundo oculto impressionam os sentidos físicos do
homem, mas não contribuem para despertar a sua natureza Angélica. De fato, a fenomenologia mediúnica,
considerada exclusivamente como espetáculo incomum aos sentidos humanos, não é suficiente para
modificar o raciocínio do homem impertinente.
Os fenômenos mediúnicos podem “convencer” o homem de sua imortalidade sem, no entanto, o
“converter” à vida moral superior, pregada pelos mais abalizados instrutores do reino angélico.
É justamente por isso que o Evangelho é a base ou o cimento indestrutível da Codificação Espírita, porque
o homem, além de reconhecer-se imortal, deve também angelizar-se através da mensagem do Cristo.
Assim, pois, que vale a convicção salutar de sua imortalidade, se ele não se prepara para usufruir a ventura
espiritual depois da morte física? Evidentemente, o Espiritismo não é culpado por muitos de seus adeptos
não lhe seguirem os princípios de libertação espiritual e renovação moral, preferindo apenas usufruir-lhe os
fenômenos que só afetam os sentidos físicos.
A despeito de muitos afirmarem que a generalização da prática mediúnica sensibiliza prematuramente o
homem, colocando-o em relação e contato desvantajoso com o astral inferior, quando ele ainda não
desvendou os meios de defesa psíquica contra o assédio perigoso dos espíritos perversos e mistificadores,
vale lembrar que nenhuma criatura precisa “desenvolver” sua mediunidade, para depois se ligar ao mundo
oculto inferior!
Os asilos de loucos estão repletos de indivíduos egressos de todas as religiões e condições humanas, que
de algum modo exercitaram sua mediunidade ou participaram de algum movimento espiritualista. Eles se
arruinaram pela índole moral deficiente, pelo vício, pela fraqueza moral e espiritual ou pelo débito cármico
do passado, e não por qualquer “exercício mediúnico” !
O contato perigoso com espíritos inferiores não é fruto exclusivo da freqüência dos trabalhos
mediúnicos de mesa ou de terreiro, mas depende muitíssimo da natureza dos pensamentos e
das emoções do homem.
São atitudes desfavoráveis que sensibilizam mediunicamente qualquer pessoa para ligá-la às entidades das
sombras:
•
a corrupção moral;
•
o vício degradante;
•
a paixão inferior;
•
a lascívia mental ou verbal.