11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos                                                                                                 16 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade  

É necessário que os adeptos da Doutrina Espírita, muito além de assíduos espectadores das reuniões 
mediúnicas e pedintes contumazes e incorrigíveis dos benefícios doados pelo Além, se integrem, também, 
ao cumprimento incondicional dos seus postulados morais que devem melhorar a conduta do homem. 
 
Antes da Codificação Espírita, já existiam espíritos sofredores que eram doutrinados no Espaço, e 
dispensavam os trabalhos mediúnicos na Terra, pois isso é tarefa comum no Astral, e dispensa mesmo a 
interferência dos encarnados. Mas, em face da época profética de “fim de tempos” e seleção espiritual, além 
da carga magnética inferior que satura todo o orbe, os Mestres Siderais autorizaram a eclosão da 
mediunidade entre os homens, a fim de cooperarem espiritualmente na redenção dos seus irmãos infelizes 
desencarnados. Em conseqüência, o Espiritismo é o movimento espiritualista mais eficiente e sensato para 
disciplinar os médiuns e orientar-lhes as relações perigosas entre “vivos” e “mortos”, dando-lhes a garantia e 
segurança contra as investidas malfeitoras do mundo oculto; por isso, é doutrina sem mistérios, tabus ou 
compromissos religiosos. 
 
 

3. A MEDIUNIDADE NOS TEMPOS ATUAIS E O CONSOLADOR PROMETIDO 

 
Assim se manifestou o Divino Amigo, com suas palavras inesquecíveis: “Se me amais, guardai os meus 
mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente 
convosco o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o 
conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, 
que é o Santo Espírito que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar 
tudo o que vos tenho dito”. 
(João, capítulo XIV, versículos 15, 16, 17 e 26). 
 
Procurando-se o sentido exato da figura que Jesus enunciou na promessa referida, verifica-se que ele 
aludiu em particular a espíritos desencarnados de ordem superior, ou seja, às equipes de estirpe Angélica. 
Sob a alegoria do “Espírito Santo”, ou o “Consolador” prometido, não é difícil se identificar as cortes, as 
falanges ou os exércitos angélicos que já operam atualmente através de médiuns dignos e desinteressados 
dos tesouros do mundo ilusório da carne. Explicando que o Consolador seria o Espírito Santo capaz de 
ensinar aos homens “todas as coisas e ainda recordar suas próprias palavras”, não há dúvida de que Jesus 
se referiu aos Espíritos Benfeitores Angélicos, desde que só estes é que, realmente, por intermédio da 
faculdade mediúnica do homem, poderiam ensinar “essas coisas, pregar o Evangelho e recordar suas 
próprias máximas”. 
 
 
É evidente que, pelo fato de Jesus haver se referido a “outro” Consolador, em sua promessa profética, ele 
quis advertir de que na Terra já havia se manifestado anteriormente “um” Consolador, que seria Ele mesmo, 
com a missão de salvar o homem da animalidade inferior. Desde que o Mestre foi realmente um salvador da 
humanidade, deve-se considerá-lo como esse primeiro Consolador que, através do Evangelho, sintetizou 
aos homens as próprias Leis regentes da Vida Cósmica. Mas, o “outro” Consolador, portanto o Espírito 
Santo, ainda por vir e a derramar-se sobre a carne, em todas as criaturas, traria o ensinamento “salvador” 
diretamente do mundo espiritual, servindo-se das vozes dos próprios espíritos desencarnados e imortais. É 
muitíssimo claro que só um espírito imortal é que, evidentemente, poderia ficar eternamente com os 
terráqueos. 
 
Jesus também esclareceu que os povos de sua época messiânica ainda não podiam “ver” ou “conhecer” o 
Espírito de Verdade porque, é fora de dúvida, não estavam mentalmente capacitados e mediunicamente 
sensibilizados para compreender e recepcionar com êxito a mensagem dos espíritos elevados. 
 
Na primeira revelação do Consolador aos homens, Jesus foi o único representante direto do Santo Espírito, 
pois só Ele conversava, ouvia e confabulava com os “anjos” sobre a salvação do homem. Mas, de 
conformidade com o seu vaticínio, esse mesmo Espírito Santo, em sua segunda vinda, ensinaria aos 
homens todas as coisas, comprovando a glória e a justeza dos ensinamentos do Evangelho. 
 
Há ainda na enunciação do Mestre um tópico indiscutível e que confirma plenamente a sua referência sobre 
a faculdade mediúnica a derramar-se entre os homens nos tempos atuais: é justamente quando ele 
menciona que o Consolador, o Santo Espírito, faria os homens recordarem-se de tudo o que Ele, Jesus, 
dissera anteriormente. Na verdade, graças ao intercâmbio mediúnico, que progride gradativamente, 
familiarizando os espíritos desencarnados com os homens, pouco a pouco também se restabelece 
corretamente a identidade do Mestre em sua pregação terrena.