12. Mediunidade natural e a de prova
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Malgrado a mediunidade fenomênica impressione profundamente os sentidos físicos dos encarnados, na
profundidade da estrutura espiritual do médium de “prova” quase sempre ainda não se consideram o caráter
moral superior, a renúncia angélica, o desapego às ilusões da vida física, ou a capacidade heróica para o
cumprimento do mandato redentor.
2.1 MÉDIUM DE PROVA
O médium de prova é o homem diretamente comprometido com a Direção Espiritual do planeta para realizar
um serviço definido junto à humanidade, e também em favor de sua própria renovação moral superior.
O médium de prova é apenas o instrumento convocado para o serviço compulsório de
favorecimento ao próximo ou o transmissor da realidade imortal; mas acima de tudo é o
devedor interessado em reduzir o seu débito cármico para com o planeta que o serviu
desinteressadamente.
Visto não poder eximir-se de sua obrigação pré-encarnatória, que assumiu no Espaço, o médium de prova
deve apurar o seu caráter, controlar suas emoções e aprimorar o seu intelecto no contato incessante
com os valores preciosos da espiritualidade. Em consequência, não é de muita importância a preocupação
de se distinguir os médiuns comprometidos particularmente com espíritos sublimes, destinados a exercer
trabalhos incomuns do mundo físico e que se ligam a severos compromissos com o Alto, daqueles que só
resgatam o seu fardo cármico no serviço mediúnico.
Mesmo reconhecendo que os médiuns, em geral, oferecem tão diversas condições morais e variam tanto
em sua capacidade intelectual, o mais certo e proveitoso é que todos os médiuns cultuem dignamente a
vida humana e renunciem em definitivo às ilusões do mundo, protegendo-se assim contra as perfídias do
astral inferior e credenciando-se eletivamente para cumprir na íntegra qualquer mandato sob o comando
das falanges angélicas!
Ainda quanto à distinção existente entre os homens que são médiuns necessitados do desenvolvimento
mediúnico junto à mesa espírita e aqueles que, embora médiuns, como são todos os homens, podem
dispensar tal desenvolvimento, deve-se considerar que os “médiuns oficiais” na Terra são justamente os
que reencarnam comprometidos com serviços obrigatórios na seara espiritista.
Estes requerem um desempenho incessante de sua atividade incomum, porquanto necessitam com maior
urgência compensar os prejuízos causados a outrem e também acelerar a sua própria recuperação
espiritual. Destacando-se dos demais homens, pois gozam de faculdade mediúnica mais acentuada,
relacionam-se mais direta e rapidamente com os desencarnados. Conforme seus pensamentos, sua
conduta e objetivos na vida, sem dúvida atraem os espíritos da freqüência vibratória sideral que, de
conformidade com sua contextura espiritual, passam a influenciar para o bem ou para o mal as pessoas
com as quais entram em contato. Mas, justamente porque são raros os médiuns missionários ou de Intuição
Pura, também são poucos aqueles que alcançam o auge abençoado do serviço mediúnico sem a preliminar
do desenvolvimento torturado.
Há médiuns nos quais eclodem ainda os resíduos das velhas paixões que já os conturbaram no passado;
os seus pensamentos, palavras e sentimentos são alvo de ataque dos desencarnados, que tudo fazem para
impedir o êxito do serviço mediúnico na seara espírita. Eles tentam faze-los buscar o desenvolvimento de
sua mediunidade à parte de qualquer disciplina ou proteção doutrinária; exploram-lhes o amor próprio e a
vaidade, afastando-os dos ambientes onde criaturas experimentadas poderiam ajuda-los na imunização
contra o astral inferior.
É a fase torturada e contraditória, eivada de dúvidas e de esperanças, quando o homem sente o despertar
de sua faculdade mediúnica, mas infelizmente ainda não possui a força moral, a mente desenvolvida e
os sentimentos equilibrados, que deveriam sintonizar imediatamente com as almas benfeitoras, à medida
que se abrem as portas de acesso ao mundo invisível.