13. Responsabilidade e riscos da mediunidade
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
O aguçamento imaturo da mediunidade de prova muitas vezes leva o espírito a desenganos, malogros e
rebeldias, tal qual o jogador de xadrez que, após muitos lances frustrados, vacila em mover no tabuleiro a
peça de menor importância.
No entanto, o médium laborioso e desinteressado, disposto a vencer todos os obstáculos, conseguirá
transpor todos os empecilhos do mundo, e até os que estão em si próprio, pois há casos em que o médium,
apesar de alijado e quase paralítico, mesmo assim ele consegue reunir em volta do seu leito uma turma de
irmãos dispostos a ouvirem a sua palavra fraterna e instrutiva, ligando todos à faixa vibratória sublime da
Vida Angélica. Em suma, embora ele esteja impossibilitado de dar passes, participar de trabalhos de
incorporação ou passar receituário, mesmo assim dá cabal desempenho à missão a que se obrigou.
À semelhança da bolota que se desenvolve no solo, sujeita a crescer naturalmente por efeito da sua
dinâmica genética, o médium de prova sabe que se cultivar cuidadosamente a sua faculdade mediúnica,
então também conseguirá tornar-se uma espécie de carvalho generoso, cuja sombra amiga beneficiará
muitos viajantes necessitados de repouso.
Assim como o modesto veio d’água, nascido e vertido da encosta de uma cordilheira, depois de sulcar
prodigamente extenso solo ressequido por onde passa, e contornar obstáculos imensos, se transforma em
caudaloso e imenso rio, o médium também precisa transpor e vencer as pedras que surgem no caminho do
seu aprendizado e aperfeiçoamento mediúnico. No entanto, se quiser vencer mais facilmente as decepções
e os desânimos na sua caminhada evolutiva sobre a face do planeta, o talismã milagroso para conseguir
esse objetivo é integrar-se, de alma e coração, no roteiro luminoso do Evangelho de Jesus!
2. A FUNÇÃO REDENTORA DA MEDIUNIDADE E O ÊXITO NO SERVIÇO MEDIÚNICO
No aprimoramento mediúnico estão em jogo os elevados ensinamentos da vida evangélica, e a sua
finalidade é a de proporcionar ao homem a sua mais breve libertação espiritual. Entretanto, o êxito
depende muitíssimo das condições morais e dos conhecimentos do médium, que deve se afastar de tudo
aquilo que possa despertar o ridículo, a censura ou o sarcasmo sobre a doutrina espírita. O médium
desenvolvido, na acepção da palavra, é fruto de longas experimentações em favor do próximo!
Só o serviço desinteressado, a imaginação disciplinada e o equilíbrio moral-emotivo é que
poderão garantir ao médium o sucesso nas suas comunicações com o Alto!
São dignos de censura os médiuns preguiçosos, que sentem estranho prazer em se conservar na mesma
ignorância de quando iniciaram o seu desenvolvimento mediúnico.
O êxito do mandato mediúnico e a sua transparência espiritual exigem que os seus
intérpretes, além do seu apuro moral, também despertem o seu comando mental e melhorem
o seu intelecto.
O êxito no serviço mediúnico depende muito mais da renúncia, desinteresse, humildade e ternura dos
seus medianeiros, do que mesmo de qualquer manifestação fenomênica espetacular, que empolga os
sentidos físicos, mas não converte o espírito ao Bem. A faculdade mediúnica, destinada a objetivos
sublimes, bem mais importante e complexa do que o desempenho das profissões comuns do mundo,
igualmente exige, na sua preparação, um roteiro inteligente, sensato e criterioso, sob o mais devotado
carinho e desprendimento de seus cultores.
3. AS VICISSITUDES NO DESPERTAMENTO DA MEDIUNIDADE
Só a mediunidade saudável e natural, decorrente da evolução humana e fruto do maior apuro espiritual da
alma, revela-se de modo sereno em sua espontaneidade e se manifesta de modo pacífico, como dom inato
e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser.