13. Responsabilidade e riscos da mediunidade                                                                                         

                                                                                                                                                                         .

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Embora ele seja protegido pelos amigos desencarnados, que lhe endossaram a tarefa mediúnica na Terra, 
eles não podem impedi-lo de modificar sua vida, quer tomando rumos inesperados perniciosos, quer 
tomando decisões insensatas, que podem levá-lo à loucura, por ultrapassar o limite de sua segurança 
espiritual. 
 
Sabe-se que os ascendentes biológicos hereditários da carne conservam, em sua intimidade, em estado 
latente, os germens de taras, vícios, estigmas e enfermidades, como a sífilis, morféia ou tuberculose, 
inclusive os reflexos das alienações mentais sofridas pela geração ancestral.  No próprio conteúdo 
sanguíneo do homem permanecem os vírus morbígenos de sua linhagem hereditária que, quando se 
apresentam as condições favoráveis, acabam por proliferar além da sua quota normal ou inofensiva, 
podendo ferir o sistema neurocerebral. 
 
Durante os estados de debilidade orgânica muito acentuada, agravados ainda pelo bombardeio incessante 
das paixões violentas, como o ódio, ciúme, inveja, raiva, perversidade e outras emoções indisciplinadas, o 
homem desenvolve em si um clima  “psicofísico”  negativo, que facilita o desenvolvimento de certas 
coletividades microbianas patogênicas, já existentes na sua intimidade sanguínea. Assim, a loucura, nesse 
caso, não é propriamente fruto do exercício da faculdade mediúnica, mas sim uma conseqüência da 
predisposição mórbida do tipo orgânico do próprio homem. Quer ele seja médium ou não, poderá 
enlouquecer desde que ultrapasse o limite de sua resistência biológica, quaisquer que sejam as causas. 
Seja ele um compositor, matemático, pintor, filósofo, escritor ou líder religioso, pode vir a se tornar um 
alienado mental desde que atue além do limite de sua resistência psicofísica, findando sua existência 
transformado em paranóico, esquizofrênico e até psicopata furioso. 
 
No entanto, isso pode acontecer sem que ele seja um médium espírita, mas sim por exercer atividades 
tensas e de emotividade contínua, as quais, superexcitando-lhe o íntimo da alma, terminam por afetar-lhe o 
equilíbrio dos órgãos cerebrais
 
Em todas as pessoas que se desgovernam pelo excesso de elucubrações mentais quanto aos problemas 
complexos da ciência ou da arte superior, que lhes empolgava o espírito, a agudeza, a vivacidade que os 
dominava para expressar as suas emoções, terminaram por lhes destruir a saúde e prejudicar o intercâmbio 
pacífico com o mundo oculto. Contudo, é evidente que, nesses casos, o gênio não se lhes extinguiu na alma 
imortal, cuja centelha divina, após a morte física, retorna ao seu equilíbrio, pois os conhecimentos 
adquiridos, com vistas a um ideal superior, jamais se perdem, pois são um patrimônio do próprio espírito
 
 

6. O EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE PELO MÉDIUM ADOENTADO 

 
Quanto ao médium doente ou perturbado, a sua cura positiva ou o exercício mediúnico sadio depende mais 
dos recursos sublimes da oração, da boa leitura espiritualista, assim como da freqüência a reuniões de 
caráter evangélico. Caso ele, aflito e enfraquecido física e psiquicamente, tente os trabalhos mediúnicos, há 
de sentir-se ainda mais agravado pela sua excitação mediúnica; 
daí a necessidade de reconfortar-se no 
orvalho sedativo do Evangelho do Cristo! 
 
Em tais condições, ele deve atender à sua saúde física, abstendo-se de bebidas alcoólicas, condimentos 
excitantes, entorpecentes e de sedativos, geralmente ingeridos a granel para anestesiar a dor mais ínfima; 
caso contrário, será criatura assediada pelos espíritos glutões, gozadores e fesceninos, uma vez que o 
médium é porta aberta, em permanente contato com o Invisível. Por isso, deve cultuar vida saudável e 
correta, que lhe preserve o corpo físico dos excessos esportivos violentos, cujas emoções dão motivo a 
desperdício do seu magnetismo terapêutico. 
 
 

7. O DESENVOLVIMENTO PREMATURO DA MEDIUNIDADE NA CRIANÇA 

 
Quando a mediunidade é prematuramente desenvolvida na criança, sob estímulos catalisadores ou 
exercícios medianímicos de contatos insistentes com os desencarnados, isso acaba por superexcitar a sua 
sensibilidade psíquica e causar-lhe distúrbios orgânicos. 
Considere-se ainda que muitos fenômenos 
mediúnicos assemelham-se a acontecimentos da fisiologia humana, tais como a esquizofrenia, a paranóia, 
a histeria e a certos complexos freudianos, no que se pode erroneamente julgar tratar-se de um médium em 
potencial. Por isso, é de todo imprudente provocar-se o desenvolvimento mediúnico da criança, mesmo 
quando julgado tratar-se de um médium em potencial.