13. Responsabilidade e riscos da mediunidade
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
A mediunidade é como a flor; deve desabrochar no momento próprio e não em estufa!
O organismo infantil é delicado e bastante influenciado pelo fervilhamento das forças biológicas que ainda
lhe consolidam o maquinário neurocerebral. As suturas, os contornos da carne de criança para a formação
de sua figura humana, ainda dependem fundamentalmente das trocas simpáticas entre átomos, moléculas,
células e fibras, cujo ritmo só se estabiliza depois da puberdade, quando o menino ou a menina se torna
homem ou mulher.
A excitação psíquica inoportuna, as impressões mentais dramáticas, os choques emotivos ou
as comoções imprevistas, tendem a alterar a segurança nervosa das crianças e podem
causar-lhes desarmonias orgânicas, cujos reflexos prejudiciais afetarão a estrutura íntima do
perispírito, ainda parcialmente afastado do corpo físico.
A mediunidade, portanto, é como a flor, que exige o cultivo somente no momento próprio do seu
desabrochar. É óbvio, entretanto, que a criança, que já é portadora de fenômenos incomuns, devido à
faculdade mediúnica espontânea, ela os exerce como um fato inerente à sua própria pessoa, sem sofrer
angústias ou aflições, produzindo-os sem esforços ou espanto, tal como ri, canta ou salta, o que para ela é
manifestação natural de sua própria constituição ancestral. É acontecimento que ela não discute, nem
guarda prevenções, por considerá-los próprios da criatura humana.
Muitas crianças narram acontecimentos miraculosos sem demonstrar espanto ou receio, considerando
como um fato natural à sua existência física, até mesmo as visões psíquicas que elas identificam; em
conseqüência, depois de adultas, terminam por relacionar os fenômenos mediúnicos que viveram
espontaneamente na infância, ligando-os então aos postulados doutrinários do Espiritismo, mas sem
considerá-los indesejáveis ou fruto de distúrbio mental.
Como o intercâmbio mediúnico é serviço de grave responsabilidade espiritual, resulta, sem dúvida, de
pouco sucesso quando entregue ao menino ou menina, ainda sem os compromissos próprios do adulto.
8. RISCOS DECORRENTES DA INATIVIDADE MEDIÚNICA
O médium de prova é um espírito que, antes de descer à carne, recebe um “impulso” de aceleração
perispiritual mais violento do que o metabolismo do homem comum, a fim de se tornar um intermediário
entre os “vivos” e os “mortos”. Assim, é criatura cuja hipersensibilidade, oriunda da dinâmica acelerada do
seu perispírito, o faz sentir, com antecedência, os acontecimentos que os demais homens recepcionam de
modo natural. Esse é o motivo porque o desenvolvimento mediúnico disciplinado e o serviço caritativo ao
próximo proporcionam certo alívio psíquico ao médium e o harmonizam com o meio onde habita.
Tal qual um acumulador vivo, ele se sobrecarrega de energias do mundo oculto e depois necessita
descarregá-las num labor metódico e ativo, que o ajuda a manter sua estabilidade psicofísica. A descarga
dessa energia excessiva, acumulada pela estagnação do trabalho mediúnico, não só melhora a
receptividade psíquica, como ainda eleva a graduação vibratória do ser.
O fluido magnético acumulado pela inatividade no serviço mediúnico transforma-se em tóxico
pesado na vestimenta perispiritual e causa desarmonia no metabolismo neuro-orgânico.
O sistema nervoso, como principal agente ou elo de conexão da fenomenologia mediúnica para o mundo
físico, superexcita-se pela contínua interferência do perispírito, hipersensibilizado pelos técnicos do Espaço,
e deixa o médium tenso e aguçado na recepção dos mínimos fenômenos da vida oculta. Deste modo, o
trabalho ou intercâmbio mediúnico significa para o médium o recurso valioso que o ajuda a manter sua
harmonia psicofísica.