13. Responsabilidade e riscos da mediunidade                                                                                         

                                                                                                                                                                         .

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

9. ABDICAÇÃO DO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE 

 
As criaturas que são médiuns e desistem de exercer a mediunidade devido à insuficiência de suas 
condições físicas, emotivas, financeiras e até morais, demonstram que não estão cônscias de sua 
responsabilidade espiritual.  
 
Os médiuns nascem comprometidos para um serviço excepcional a favor do próximo, além de sua própria 
redenção, e isso é escolha feita livremente antes deles ingressarem na carne. Imprudentemente, muitos 
esquecem esse compromisso severo e se entregam a todos os caprichos e vícios próprios do homem 
comum; deste modo, atravessam a existência terrena na figura do caçador de emoções e aventuras 
censuráveis, enquanto subestimam a mediunidade, que lhes pesa à conta de um fardo insuportável. 
Embora sejam portadores de mensagem incomum, vivem presos aos preconceitos e às convenções tolas 
da sociedade terrena, pois transitam pelo mundo material, escravos das minúcias e das futilidades mais 
tolas. Esquecendo a responsabilidade da faculdade mediúnica, eles vivem inconscientes do seu próprio 
destino espiritual elevado; em tais condições, negligenciam o seu labor mediúnico e desperdiçam tempo 
precioso entre companhias censuráveis e nos ambientes viciados. Qual antenas vivas de maus fluidos
terminam saturados pelo desânimo, pessimismo e desconfiança, completamente derrotados diante das 
vicissitudes humanas. 
 
São médiuns que encerram sua existência na condição de elementos improdutivos, gastos e 
desesperançados; excessivamente onerosos para o Alto, mesmo quando atendem ao mais singelo serviço 
mediúnico, eles exigem junto de si, a todo o momento, a presença de espíritos técnicos e cooperadores, 
que lhes devem cuidar da saúde periclitante, afastá-los dos lugares perniciosos e guiá-los às boas ações. 
Em verdade, até para fazerem o Bem, falta-lhes o senso e a iniciativa própria! No entanto, assim que se 
sentem higienizados pelos bons fluidos do Além, e assistidos pelos seus guias, eis que novamente relaxam 
sua vigilância e defesa psíquica, para retornarem às mesmas condições perniciosas anteriores. Em 
consequência, o recurso mais prudente a ser providenciado pelo Alto é o de afastá-los definitivamente do 
serviço mediúnico ativo
, pois, em caso contrário, serão vítimas da superexcitação nervosa que lhes 
causará ainda coisa pior. 
 
 

10.  FRACASSOS E ABUSOS NO EXERCÍCIO MEDIÚNICO 

 
Ainda é grande a porcentagem dos médiuns que fracassam no exercício da mediunidade, após terem 
gozado o prestígio de faculdade mediúnica incomum. Não é propriamente a posse antecipada da faculdade 
mediúnica o motivo responsável pelo fracasso muito comum de alguns médiuns em prova na matéria; isso é 
mais conseqüente de sua imperfeição ou contradição espiritual.  
 

 
O médium, em geral, é espírito que decaiu das suas posições privilegiadas do passado, sendo 
ainda muito apegado à sua personalidade humana transitória; deste modo, ele subestima a 
transcendência dos fenômenos que se processam por seu intermédio e os considera, 
erroneamente, mais como produto exclusivo de sua vontade e capacidade mental. 
 

 

Embora muitos médiuns sejam inteligentes e mentalmente desenvolvidos, o orgulho, a vaidade, a ambição, 
a prepotência, a cupidez ou a leviandade ainda os fazem tombar de seus pedestais frágeis, porque 
falsamente se crêem magos excepcionais ou indivíduos de poderes extraordinários para a produção 
de fenômenos extemporâneos ou revelações incomuns. 
 
A Terra ainda é pródiga de magos de feira, curandeiros mercenários ou iniciados sentenciosos que, através 
de rituais extravagantes, atraem e exploram as multidões ignorantes. São verdadeiros “camelôs” da 
espiritualidade que, beneficiados pela graça mediúnica concedida pelos espíritos benfeitores, exploram-na 
sob o disfarce da magia ou dos poderes esotéricos, mas sempre evitando a disciplina espírita que, sem 
dúvida, lhes exigiria conduta ilibada e o absoluto desinteresse pecuniário no trato das coisas espirituais. 
Entretanto, chega o momento em que eles são atingidos em cheio pela Lei Sideral, que lhes estanca a 
exploração do veio aurífero da mediunidade a serviço do comércio indigno e dos interesses pessoais, e 
assim terminam os seus dias sob terrível humilhação espiritual, sofrendo as agruras do mau emprego dos 
favores concedidos pelo Alto.