15. Animismo e mistificação                                                                                                                           

                                                                                                                                                                         

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

 
O médium anímico tende à eclosão do fenômeno mediúnico, em face de sua 
hipersensibilização psíquica, cumprindo-lhe estudar e procurar distinguir quando realmente é 
o seu espírito quem comunica e quando se trata de entidade do Além. 
 

 

Além disso, ele precisa evitar a cristalização da mente nos quadros familiares que costumava comunicar 
animicamente, e isso só é possível pelo estudo, pesquisa e consulta aos mais experimentados. 
 
médium totalmente anímico é sempre a vitima passiva do seu próprio espírito, que pensa e expõe sua 
mensagem particular sem qualquer interferência exterior; já o médium propriamente dito, mesmo quando 
obsediado, ainda é um medianeiro, um instrumento das intenções ou dos desejos de outrem. O médium 
totalmente anímico pode enquadrar-se em duas classificações: 
 

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉDIUS TOTALMENTE ANÍMICOS 

CATEGORIA 

CARACTERÍSTICA 

  ANÍMICO PASSIVO é vitima absoluta de suas próprias idéias e impressões. 

  ANÍMICO ATIVO 

capaz de perquirir os acontecimentos e os fenômenos da vida oculta, para 
depois expô-los em nome de terceiros. 

 
Entre os fatores mais responsáveis pela cristalização do “animismo puro” de alguns médiuns, que só 
transmitem mensagens sugeridas pelos acontecimentos da vida cotidiana, está o automatismo 
psicológico
, em particular, um dos estados de alma bastante influente nas manifestações anímicas, em 
que o subconsciente comanda as idéias ou os fatos que afloram ao cérebro do médium, impondo-os à 
conta de manifestação de espíritos do Além. Em tal condição, o médium assume a personalidade alheia e 
passa a viver facilmente o temperamento, os sentimentos ou o caráter das criaturas que ele conheceu 
pessoalmente ou pelos relatos históricos, deixando-se empolgar pelo desejo de imitá-los. 
 
Alguns médiuns, embora não sejam completamente anímicos, deixam-se empolgar em demasia, por 
exemplo, pela vida dos apóstolos ou dos seguidores do Mestre Jesus, vivendo impressões íntimas que, 
mais tarde, passam a comunicar à guisa de manifestações mediúnicas daqueles que tanto admiram. 
 
Os grandes líderes, profetas, santos, escritores, artistas, governadores, ministros e demais personalidades 
que se destacam no cenário do mundo material, exercem profunda impressão nos médiuns muito anímicos, 
fazendo-os rotular os seus próprios guias com esses nomes tão em evidência na história religiosa ou 
literatura profana. Outros, devido à sua excessiva imaginação, muito ativada na sua mocidade quando se 
deixavam arrebatar pelos romances de aventuras decalcados da história, vivem no transe mediúnico essas 
impressões excitantes e que se sobrepõem, às vezes, à identidade e ao assunto dos espíritos 
comunicantes. 
 

 
O automatismo psicológico, ou personalismo, que domina profundamente a subconsciência 
do ser, estratifica com o tempo as imagens mais simpáticas e que produziram maior 
impressão nas criaturas sugestionáveis, fazendo-as emergir por associação de idéias ou 
devido ao clima psíquico adequado. 
 

 

Então o médium anímico, muito indisciplinado em suas emoções e entontecido pelo excesso de fantasia 
motivado pelas imagens que bailam na sua mente descontrolada, não tarda em transferir para o ambiente 
espíritico as personalidades que mais o impressionam na existência, dando-lhes vida triste, heroica ou 
desafortunada. Através de supostas comunicações mediúnicas do Além, os personagens exaltados nos 
romances aventurescos e de fundo histórico, ou grandes vultos da ciência, ainda continuam a se manifestar 
com insistência em certos trabalhos mediúnicos, impondo as mesmas características que há séculos 
deveriam ter possuído em vida.