15. Animismo e mistificação                                                                                                                           

                                                                                                                                                                         

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Esse tipo de médium, enquanto dorme, pode ausentar-se facilmente do seu organismo físico e até 
manifestar-se à longa distancia, em cuja liberdade astral às vezes emerge a sua memória etérica do 
passado
, e ele passa a descrever cenas e fatos de suas vidas precedentes, embora os confunda por 
vezes com acontecimentos próprios de sua atual existência. Atuado pela influência regressiva da memória 
sideral, pode reassumir nas sessões espíritas a sua própria personalidade, vivida em existência anterior, 
crente de que é agora um espírito desencarnado em comunicação. 
 
Em geral, é criatura facilmente hipnotizável; cede também às sugestões alheias e às vontades mais fortes, 
entrando rapidamente no transe sonambúlico natural, durante o qual revela sonhos premonitórios, descreve 
paisagens distantes e reflete com clareza os acontecimentos submersos ou estratificados na sua memória 
sideral etérica. Quando hipnotizado, divulga os mínimos detalhes de suas existências passadas e impregna 
os seus relatos de fortes emoções que impressionam pelo aspecto comovente. A sensibilidade e, ao mesmo 
tempo, a destreza com que opera fora do seu corpo, faz do médium anímico-mediúnico um tipo eletivo à 
hipnose, porque os seus relatos são vivos, nítidos e impressionantes. 
 

 
Embora o indivíduo seja anímico, pois vê e capta no astral os fatos e as idéias que depois 
reproduz e relata como sendo transmitidos por espíritos desencarnados, é também um tipo 
mediúnico, uma vez que ele “comunica” pelo seu próprio organismo em “transe”. 
 

 

Situa-se na categoria dos médiuns de desdobramento ou de bilocação, que podem exteriorizar o seu 
“duplo-etérico” a consideráveis distâncias e que, em certos casos oportunos, chegam a ser vistos e ouvidos 
como se estivessem no seu próprio corpo físico.  
 
 

3. O APROVEITAMENTO ANÍMICO NAS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS 

 
Não se pode endossar os abusos de imaginação, os exotismos e as excentricidades dos médiuns avessos 
ao estudo, presunçosos, interesseiros ou exibicionistas, mas deve-se reconhecer, no entanto, a 
interferência ou associação de idéias no caso do médium consciente porque, no seu esforço para lograr a 
passividade no transe, ele toma o conteúdo de sua alma como sendo manifestação alheia. 
 
Nem todos abusam do animismo sob propósitos condenáveis ou para fins vaidosos, por cujo motivo não se 
deve acolher a desistência do desenvolvimento mediúnico, só porque a interferência do médium perturba a 
transparência cristalina das comunicações dos espíritos desencarnados. 
 

 

O êxito mediúnico se apóia, sem dúvida, inicialmente nos percalços do animismo. 

 

 

Sabe-se de muitos médiuns experiente e com vários anos de serviço mediúnico que ainda alimentam 
dúvidas a respeito de suas próprias comunicações mediúnicas, certos de que tudo aquilo que transmitem 
provêm apenas de sua própria alma. Os mais escrupulosos chegam a alimentar desejos de abandonar a 
tarefa mediúnica, a fim de não iludirem o público com pseudocomunicações, que nada têm a haver com 
espíritos desencarnados! 
 
Entretanto, o médium não é um boneco vivo, insensível e de manejo mecânico, mas sim uma organização 
ativa, com vocabulário próprio e conhecimentos pessoais adquiridos pela sua experiência e cultura 
humanas. Além de tudo, é alma guardando em sua memória, forjada nas experiências pregressas, a síntese 
dos seus esforços para a ascese espiritual.  
 
Quando se trata de médium consciente ou semiconsciente, só lhes resta a tarefa de vestir e ajustar honesta 
e sinceramente as idéias e as frases que melhor correspondem ao pensamento que lhes é manifesto pelos 
espíritos desencarnados através do seu contato perispiritual.  
 
Deste modo, os comunicantes ficam circunscritos quase que totalmente à vontade e às diretrizes 
intelectuais e emotivas do seu intérprete encarnado, que fiscaliza, observa e até modifica conscientemente 
aquilo que foi incumbido de dizer.