15. Animismo e mistificação                                                                                                                           

                                                                                                                                                                         

.

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Lembra o mensageiro terrestre que ouve o recado para transmitir verbalmente a outrem, mas na hora de 
cumprir sua tarefa, tem de usar de suas próprias palavras para comunicá-lo. No caso, tanto o mensageiro 
como o médium são intérpretes do pensamento alheio e, por isso, influem com o seu temperamento, 
engenho e cultura nas mensagens que traduzem
, resultando disso textos lacônicos ou prolixos, precisos 
ou truncados. 
 
Só o médium com propósitos condenáveis é que poderia ter remorsos de sua interferência anímica, pois 
nesse caso tratar-se-ia realmente de uma burla à conta de animismo. Entretanto, não é passível de censura 
aquele que impregna as mensagens dos espíritos com forte dose de sua personalidade, mas o faz sem 
poder dominar o fenômeno, ou mesmo distingui-lo da realidade mediúnica. 
 

 
É tão sutil a linha divisória entre o mundo espiritual e a matéria, que a  maioria dos médiuns 
conscientes  e bisonhos  dificilmente  logra perceber  quando predomina o pensamento do 
desencarnado ou quando se trata  de sua  própria  interferência anímica. 
 

 

Só depois de: 
 

 

alguns anos de trabalho assíduo na seara mediúnica, 

 

estudos profícuos, 

 

afinada sensibilidade mediúnica, 

 

muita capacidade de autocrítica e introspecção freudiana, 

 
... é que o médium logra dominar e distinguir com êxito o fenômeno anímico, recepcionando mensagens 
sem destruir a autenticidade do pensamento do espírito comunicante. 
 
Não é aconselhável que se procure eliminar deliberadamente o fenômeno anímico nas comunicações 
mediúnicas, pois isso ainda dificultaria mais o desenvolvimento mediúnico e as comunicações doutrinárias 
aos próprios médiuns, uma vez que os guias não objetivam a criação de autômatos mediúnicos, espécie de 
robôs acionáveis à distância.  
 
O que os bons guias preferem em seus médiuns ainda é o serviço cristão incondicional, aliado ao estudo 
sincero da espiritualidade
; satisfazem-nos a revelação da ternura, a prática da benevolência e da tolerância, 
a cultura da honestidade e a manifestação da humildade, pois, malgrado possam ser anímicos para as 
mensagens dos desencarnados, ser-lhe-ão os mais louváveis intérpretes, em incessante comunicação 
benfeitora à luz do dia. 
 
Não se deve exaltar o médium sonambúlico e absolutamente inconsciente do que transmite, que é incapaz 
até mesmo de interferir animicamente, se ele é profundamente desperto para a prática dos vícios 
degradantes e para o trato das paixões perigosas, pois, se quando dorme em transe sonambúlico é servidor 
inconsciente, uma vez acordado pode ser a manifestação anímica do mal. 
 
Os espíritos não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações mediúnicas, 
porque o seu escopo principal é o de orientar os médiuns aos poucos, para as maiores aquisições 
espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes depois as comunicações anímicas 
como se fossem de autoria dos desencarnados. 
 
 

 

Fontes bibliográficas: 

 
1.   Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ. 

Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p. 

 
2.  Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de 

Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.