16. Sono, sonhos e recordações do passado
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Enquanto ele se conserva encarnado, todos os acontecimentos de que participa no mundo invisível
são fixados exclusivamente em seu cérebro perispiritual, pois se sucedem noutras dimensões
impróprias à recepção grosseira do cérebro físico.
Embora a memória do perispírito se amplie incessantemente pelos acontecimentos em que
continua a tomar parte no plano extramaterial, o cérebro físico permanece alheio a tudo, pois
só é responsável pela fenomenologia e pelos fatos próprios da matéria e entrevistos
unicamente pelos cinco sentidos da carne.
O perispírito, por sempre sobreviver à morte do corpo carnal, conserva consigo tanto as imagens dos
acontecimentos de que participa fora do corpo, no seu mundo astral, como aquelas que lhe tenham sido
fixadas pelo cérebro físico.
Mas aquilo que o espírito só percebe quando livre no plano astral e fora do seu corpo físico, só é gravado
no cérebro do perispírito, sem o conhecimento do cérebro de carne, porque este permanece ignorando o
acontecimento.
Pela manhã, quando o espírito retorna ao seu organismo carnal, que abandonou durante o sono, não lhe é
possível transmitir ao cérebro físico, com a desejada limpidez, a ordem e a natureza dos acontecimentos
que foram observados e vividos no plano astral unicamente através de cérebro do perispírito.
Isso ocorre porque o cérebro físico não pode identificar com fidelidade as cenas e os acontecimentos
de que não participou diretamente, e que só foram vividos pelo cérebro astral quando fora do corpo físico.
Às vezes, e com muita dificuldade, o cérebro perispiritual consegue fazer repercutir suas lembranças no
cérebro físico, mas elas só se forjam na forma de evocações fantásticas, que mais tarde deixam dúvidas
quanto a sua veracidade.
Após sua saída durante o sono, o espírito volta para o corpo físico, mas sua memória astral
não se conjuga automaticamente à memória do cérebro carnal.
Quando o perispírito se ausenta do corpo material, o cérebro físico, depois no seu retorno, se antepõe à
clareza das imagens que não presenciou, dificultando a sua devida filtração para a mente desperta no
mundo terreno.
Posteriormente, através de alguns ecos vibratórios, como se fossem os últimos movimentos de uma rede
após o seu balanço inicial, o homem ao despertar, então guarda algumas vagas recordações da sua livre
atuação no mundo astral, que em seguida vem a considerar como sonhos indistintos, emersões do
subconsciente, ou então produto das influências cotidianas.
Eis o motivo pelo qual não se recorda com clareza aquilo que se vê durante a saída do perispírito, no sono,
apesar de se estar de posse da memória perispiritual integral.
4. SONHOS “COLORIDOS” x SONHOS “EM PRETO E BRANCO”
À noite, quando o espírito abandona o seu corpo adormecido e contempla diretamente as paisagens ou os
acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepção psíquica o capacita a fixá-los nas suas
cores correspondentes, mas isso não ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emersão da
memória astral das vidas passadas, ou mesmo lembranças cotidianas, cujas imagens, então, se
apresentam em preto e branco.
Uma grande parte dos sonhos é apenas conseqüente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que
emergem à noite, impulsionados pela própria luta interior que a alma sustenta entre o senso crítico do
inconsciente e do consciente.