16. Sono, sonhos e recordações do passado                                                                                             

                                                                                                                                                                         

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

5. A RECORDAÇÃO SELETIVA DOS SONHOS 

 

 
As recordações matinais dos acontecimentos vividos fora do corpo físico, serão tão nítidas 
quanto tenha sido a clareza da visão astral, de acordo com a menor ou maior capacidade da 
memória no estado de vigília física. 
 

 

No entanto, como a tendência natural do espírito humano é a de olvidar as coisas que lhe causam angústia 
ou lhe são desagradáveis, o cérebro do perispírito se desinteressa da conservação das lembranças de 
acontecimentos hostis, 
tais como as recordações dos cenários coloridos dos planos purgatoriais que 
poderiam vir a ser recordadas pela manhã, na forma de fatos ou emoções desagradáveis, guardando 
apenas aquelas que causam alegria e satisfação. 
 
É uma tendência que se comprova até nas criaturas que se deixam vencer por arroubos de saudosismo e 
que se põem a evocar a sua infância ou mocidade; nota-se que elas só suspiram pelos momentos 
agradáveis que passaram, e raramente recordam as vicissitudes e as decepções dolorosas já vividas. 
 
O espírito também lança ao esquecimento os cenários mórbidos e repugnantes que entrevê à noite, em sua 
saída astral, e retoma o corpo tão logo este pressinta a estranha sensação de algum sonho detestável ou 
perturbador. 
 
No entanto, se ele visitou cenários empolgantes, onde predominam paisagens encantadoras, as flores 
formosas, os perfumes embriagadores e as cores resplandecentes, a sua tendência comum é a de evocar, 
o mais vivamente possível, o panorama paradisíaco e as belezas entrevistas fora do corpo físico, pois as 
imagens enternecedoras e emolduradas pela fulgência, cor e perfumes das coisas e paisagens celestiais, 
que lembram venturosos mundos de fadas, tornam o despertar da alma impregnado das mais suaves 
recordações e poesias. 
 

 
No retorno ao seu organismo de carne, o espírito insiste em evocar os sonhos maravilhosos, 
mas retrai a memória astral das impressões desagradáveis porque, em defesa instintiva, 
compreende que as recordações angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo. 
 

 
 

6. FATORES QUE INFLUENCIAM A RECORDAÇÃO CONSCIENTE DOS SONHOS 

 
A maior ou menor clareza na recordação dos sonhos, ou seja, o motivo porque certas pessoas conseguem 
recordar com bastante clareza certos acontecimentos vividos durante os sonhos, enquanto outras não têm 
qualquer noção do que lhes sucede à noite, depende muito: 

 da maturidade espiritual do indivíduo; 

 

 da tessitura do seu perispírito; 

 

 das experimentações esotéricas ou iniciáticas que ele porventura já tenha cultivado, com êxito, nesta ou 

noutras vidas pregressas. 

 

 
Aqueles que conseguem lembrar com precisão dos acontecimentos vividos à noite, à 
distância de seu corpo físico, não usufruem qualquer direito espiritual imerecido ou 
prematuro, mas servem-se de sua própria faculdade psíquica desenvolvida alhures. 
 

 

Quando durante os sonhos o perispírito fica em liberdade, a sua visão depende muitíssimo da intensidade 
e da natureza da carga energética que ele já conseguiu movimentar e assimilar em sua própria contextura, 
e que o coloca mais vivamente em contato com os acontecimentos no mundo astral.