16. Sono, sonhos e recordações do passado                                                                                             

                                                                                                                                                                         

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

E, como o perispírito também se encontra obrigatoriamente ajustado à consciência física, na fase adulta se 
tornam mais raras as recordações do passado, 
que mais dificultadas ficam devido à proverbial redução de 
sensibilidade psíquica do homem, escravo das paixões animais e dos vícios degradantes. 
 

 
Quase sempre os espíritos terrícolas encarnam-se à semelhança do pássaro que tomba 
desamparado no lodo; encarceram-se completamente na carapaça carnal e depositam toda 
sua fé e confiança no culto exagerado dos fenômenos físicos. Elegem a matéria como seu 
verdadeiro e exclusivo mundículo, deixando-se dirigir com docilidade pela frieza intelectiva 
dos raciocínios, escravos da fenomenologia dos cinco sentidos. 
 

 

Durante a vida física, a memória integral do espírito, acumulada na jornada milenária do passado, fica 
amortecida pelas vibrações mais grosseiras do cérebro carnal. Como a tendência da alma encarnada é 
quase sempre a de se escravizar ao jugo das paixões, vícios, desregramentos mentais e emotivos, próprios 
do mundo terreno, o homem se torna um pobre autômato a serviço humilhante do instinto animal, 
abdicando imprudentemente do livre exercício do seu glorioso mandato espiritual. 
 
dor acerba e o sofrimento demorado é que, então, servem de recursos de última hora para salvá-lo do 
guante das paixões, que o amordaçam vida por vida, na matéria! 
 
 

9. RECORDAÇÕES DAS VIDAS PRETÉRITAS APÓS A DESENCARNAÇÃO 

 
Mesmo depois da morte corporal, nem todos os desencarnados conseguem, de início, recordar-se de suas 
vidas pregressas, pois é evidente que cada espírito transpõe a sepultura com a bagagem íntima de sua 
própria concepção do que seja a vida cósmica. 
 
Ainda existem muitas almas que, embora já tenham completado mais de um milênio de encarnações 
terrenas, ainda não têm a consciência exata de sua vida no Astral, pois, em face de seu acanhamento 
mental, permanecem exclusivamente condicionados às impressões reduzidas da vida física. 
 
São entidades retardadas no seu despertamento espiritual e incapazes de qualquer auscultação psíquica, 
bastante impossibilitadas das reflexões íntimas, que lhes permitiriam ampliar a noção de “ser” e de “existir”, 
e se livrarem dos estímulos condicionados do mundo exterior. 
Na verdade, o escafandro de carne é um grande abafador da memória transcendental do espírito, e esse 
mal ainda mais se avoluma diante da proverbial negligência de quase todos os homens para consigo 
mesmos quando, além do desinteresse pela sua própria estrutura espiritual e pelo despertamento de suas 
forças mentais, ainda atrofiam os seus delicados centros psíquicos sob o guante dos vícios e das paixões 
animais! 
 
Os terrícolas, em geral, vivem isolados no seio da carapaça física, não sabendo que a surpresa e o temor 
serão bem contristadores quando, após a desencarnação, comprovarem que a sua verdadeira 
individualidade
 não se resumia ao corpo de carne entregue à cova terrena, mas residia justamente no 
espírito, 
tão subestimado e esquecido na existência física. 
 
Tal situação, que é muito comum depois do “falecimento”, e a do espírito se desvencilhar das ilusões 
terrenas, acabrunha dolorosamente aqueles que confiam demasiadamente na personalidade transitória da 
matéria. 
 
Só lentamente retornam à memória real das vidas pretéritas, quando então se apresentam despertos para 
avaliar a justiça dos seus sofrimentos e a importância das vicissitudes humanas, como fatores que elevam a 
alma para as regiões superiores! 
 
Apagam-se-lhes as últimas ilusões ante a comprovação da verdadeira vida do espírito, a qual se sobrepõe à 
insignificância dos nomes, privilégios e preconceitos terrenos, que tanto hipnotizam as criaturas no culto e 
no apego fanático às formas perecíveis da matéria. Entretanto, a morte, por mais tétrica e impiedosa que 
pareça, não passa de um processo técnico, justo e inteligente, com que o Criador transforma o “menor” em 
“maior”, e o “inferior” em “superior”!