16. Sono, sonhos e recordações do passado                                                                                             

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

Mesmo o valioso sistema de “chacras etéricos”, que é o intermediário entre as relações mais importantes do 
perispírito e do corpo físico, mal consegue manter o seu movimento vibratório e a sua luz mortiça, em face 
do fustigamento contínuo que recebe das paixões animais. Conseqüentemente, avolumam-se as 
dificuldades para o espírito recordar o seu passado, assim como não seria possível a clareza do dia se 
revelar num espelho coberto de pó, ou então a luz do luar refletir-se num lago de lama revolvida. 
 
Há criaturas que não gozam de boa reputação espiritual e que, no entanto, manifestam faculdades 
extraordinárias, podendo até mesmo identificar vidas passadas de outras criaturas, enquanto, em sentido 
oposto, outras criaturas boníssimas mal conseguem recordar dos seus próprios sonhos. 
 
Enquanto Francisco de Assis, por exemplo, revelava poderosas faculdades em sua vida sacrificial, como 
emissário da angelitude, e sua alma límpida refletia até a consciência de Jesus, já o diabólico Rasputin, 
embora fosse um ser tenebroso, a serviço das trevas, que materializava na Terra a vontade e o poder 
satânico para objetivos perniciosos, também gozava de poderes ocultos, que abalaram uma nação e 
contribuíram para o extermínio cármico da aristocracia russa. 
 
Uma vez que na Terra ainda predominam o tipo de espíritos inferiores encarnados, é óbvio que se trata de 
um planeta onde o mal predomina sobre o bem; em conseqüência, sempre logram maior sucesso as 
realizações que se afinam à natureza agressiva e grosseira, própria do plano material, assim como os 
arbustos inúteis ou venenosos vingam melhor no clima deletério das zonas pantanosas, enquanto as ervas 
balsâmicas e as flores odorantes enfrentam maiores dificuldades para sobreviver, mesmo no solo adubado.  
 
Mas, de acordo com essas mesmas disposições provindas das leis superiores da natureza, também o 
arbusto tóxico, que prolifera fartamente no lodo, morre com mais facilidade no clima elevado dos Alpes. 
 

 
Inúmeros magos do passado, que desenvolveram suas forças e faculdades ocultas sob 
tenazes exercícios de penetração no mundo astral inferior, têm o direito de usufruir o fruto de 
suas realizações penosas, mesmo quando sejam malignos os seus objetivos. 
 

 

Embora, no futuro, devam ser responsáveis por todos os desatinos e prejuízos que praticaram pela 
subversão das energias perigosas, é evidente que sempre se trata de uma conquista pessoal, malgrado a 
cultivem sob o comando diabólico. 
 
Trata-se de almas tenazes e egocêntricas, que atuam com vigor no subterrâneo das paixões perigosas e 
visam obter a glória e o poder, que idolatram no mundo material; mas, de acordo com a lei de que “a 
semeadura é livre, mas a colheita e obrigatória”, elas terão que pagar até o último ceitil o resultado de todos 
os sofrimentos e torpezas que semearam na crosta terráquea. 
 
Não os favorecerão os poderes efêmeros que movimentaram na transitoriedade da carne, pois no Além-
Túmulo não poderão fugir dos efeitos torturantes, que são próprios das forças satânicas, que operam como 
perigosa espada de dois gumes. 
 
Conforme ensinam as obras ocultistas, através do desenvolvimento disciplinado dos chacras etéricos, em 
sincronia com o despertamento do fogo kundalíneo, que serpenteia pela medula perispiritual, podem se 
manifestar poderes extraterrenos nas almas persistentes, perseverantes e tenazes. 
 
No entanto, qualquer descontrole mental ou emotivo, pernicioso, pode levá-las a produzirem danos e 
calamidades alheias quando, por lei sideral, as mesmas forças desencadeadas pela dinâmica do desejo ou 
do pensamento imprudente se voltam, depois, terrivelmente, contra os seus próprios agentes desarvorados. 
 
hipersensibilização do perispírito, através da técnica ocultista, pode muito bem favorecer a focalização 
de alguns quadros das vidas pregressas, sem que por isso se comprove a existência de atributos angélicos 
na criatura interessada. 
 
É bem possível que, de posse de tais poderes extemporâneos, em vez de júbilo próprio do reino do Cristo, o 
homem ainda venha a provocar maior exaltação de sua personalidade humana, glorificando-se apenas pelo 
uso dessas energias agressivas do psiquismo inferior.