17. Fenômenos de efeitos físicos
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
No entanto, o nível intelectual do trabalho, principalmente em seu início, fica adstrito à média da
mentalidade de todos os seus componentes, pois suas idéias influem consciente ou inconscientemente
na manifestação tiptológica. Essa fusão mental impede a ação absolutamente independente dos espíritos
desencarnados que operam do Além, pois a coerência e fidelidade no trabalho só é possível depois de certo
tempo de intercâmbio mediúnico e da maior afinidade entre todos os assistentes.
O trabalho de tiptologia evolui à medida que se reduz o desvio fluídico do elemento vital-
etéreo em liberdade, que sofre a interferência mental dos encarnados, quando precisa
combinar-se à sua força nervosa.
O fracasso, a confusão e a incoerência de muitos trabalhos tiptológicos são resultantes da precipitação dos
seus próprios componentes que, já de início, exigem provas indiscutíveis da imortalidade e a identificação
minuciosa dos espíritos comunicantes. Eles ignoram que, na fase preliminar dessas experiências
mediúnicas ainda predomina fortemente a interferência anímica dos que participam e assistem aos
trabalhos.
Às vezes, a mesa se move mais propriamente pela ação "psicomagnética" dos próprios assistentes,
desobedecendo ao comando dos espíritos desencarnados que, por atuarem em faixa vibratória mais sutil,
ficam tolhidos de interferir no comando mais positivo, alimentado pelo magnetismo físico dos "vivos".
Todas as vezes que o trabalho de tiptologia ficar adstrito unicamente a área mental dos encarnados, ele
deixará de oferecer qualquer ensejo para serem obtidas conclusões certas às perguntas formuladas, e
dificilmente poderá auxiliar quanto à identificação dos seus comunicantes.
Efetivamente, alguns dos participantes, cuja mente e vontade são muito desenvolvidas, podem no início do
intercâmbio tiptológico, interferir ou truncar a resposta dos espíritos operantes, impondo as suas próprias
conclusões e mesmo certas emersões do subconsciente, configurando uma espécie de interferência
anímica nas respostas advindas da mesa.
Isso pode acontecer porque os movimentos da mesinha dançante são mais propriamente comandados, no
início dos trabalhos, pela ação vigorosa da energia fluídica dos seus componentes, ainda sob fraco domínio
dos espíritos comunicantes.
Desse modo, os assuntos tratados através de convenções tiptológicas cingem-se à média do nível de
entendimento comum daqueles que se reúnem, e que se transforma numa espécie de "cortina psíquica",
que os espíritos desencarnados não conseguem atravessar, no propósito de manifestar suas próprias
ideias. Em consequência, os resultados e as conclusões espirituais das primeiras manifestações do Além só
correspondem ao índice mental dos presentes, surpreendendo-os ou decepcionando-os, porque a
comunicação dos espíritos, nesse caso, é vacilante, confusa e não se sobressai da craveira comum.
O trabalho de tiptologia, entretanto, poderá ultrapassar o nível mental escravo da influência anímica dos
próprios participantes quando eles também puderem usufruir a presença ou as relações com os
desencarnados de alta estirpe espiritual.
De início, as respostas dos desencarnados, através da tiptologia, podem ser incongruentes, evasivas,
zombeteiras ou confusas, refletindo em grande parte o automatismo mental e emotivo dos seus
participantes, e às vezes contradizem os assuntos em foco, ou a compreensão mais comum. Só depois de
assíduo e perseverante intercâmbio com o Além, experimentação cuidadosa e observação percuciente, é
que se estabiliza a tiptologia, em face da presença dos desencarnados sensatos e benfeitores que, a partir
de então, principiam a controlar o fenômeno mediúnico e a dominar a interferência anímica.
É preciso muito treino, contato mediúnico e paciência, para que o trabalho de tiptologia
compense integralmente.