18. Fenômenos de efeitos intelectuais                                                                                                        

                                                                                                                                                                         _ 

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Como o corpo físico e o sistema nervoso são o prolongamento vivo, enfim, o revelador de suas idéias e 
concepções para o mundo material, o êxito técnico da vidência indireta mental (vidência intuitiva), ou da 
astralina direta (vidência pela dupla vista), depende principalmente da maior ou menor sensibilidade 
psíquica
 da criatura; no entanto, a sua segurança, exatidão e proveito naquilo que “vê”, apesar disso, 
subordinam-se muitíssimo à graduação moral e espiritual do ser
 

 
Em qualquer manifestação mediúnica, é mais importante verificar-se a índole e a moral do 
médium, pois, se ele é criatura viciada ou inescrupulosa, também vive ligado aos espíritos 
descarnados da mesma estirpe inferior, por cujo motivo as suas revelações não possuem o 
mérito das revelações proveitosas. 
 

 

Os espíritos das sombras vivem à espreita daqueles que podem oferecer-lhes a oportunidade da “ponte 
viva” mediúnica, ligando-os novamente com o mundo físico para desfrutarem as sensações torpes de que 
foram tolhidos pela perda do corpo carnal. 
 
Muitos videntes famosos do passado, dotados da dupla vista focalizável diretamente no mundo astral, não 
foram espíritos benfeitores e o seu invulgar desenvolvimento mental não se harmonizava com os seus 
sentimentos inferiores, a serviço do Mal. Um dos exemplos mais convincentes de um médium de vidência 
astral incomum, mas subvertido quanto aos seus objetivos pessoais, é o caso de Rasputin que, além de 
possuir outros poderes ocultos extraordinários, visualizava diretamente o mundo astral e se entendia com 
os gênios das sombras; no entanto, ele aplicava para fins criminosos e inconfessáveis toda a fenomenologia 
mediúnica de que dispunha, sob o concurso da inspiração do Mal. 
 
Assim, é bem mais seguro o médium de vidência intuitiva que, por sua moral superior e propósitos 
benfeitores que assumiu, permanece incessantemente ligado às entidades sublimes, pois, embora o faça 
indiretamente, ele vê somente aquilo que é sensato e proveitoso. É de pouca valia o médium de visão 
astralina avançada que, por viver na companhia dos espíritos diabólicos, faz relatos funestos, prediz 
perturbações e deforma a realidade espiritual, transformando sua faculdade em banca de negócio ou motivo 
de sensações inferiores. 
 
Os espíritos delinqüentes e malfeitores procuram ligar-se aos videntes excepcionais, mas de moral 
duvidosa, a fim de interferirem em suas faculdade e levá-los ao ridículo, às sandices ou atiçar a intriga e a 
desconfiança entre os seus companheiros. O seu intuito é o de afastá-los o mais cedo possível dos 
ambientes moralizados, e assim neutralizar-lhes a vidência esclarecedora, de ajuda, na seara espírita. É por 
isso que certos videntes, que vivem sob a ação desses espíritos mistificadores, revelam quadros tolos, 
fatigantes e exóticos, que lançam a dúvida, despertam o riso ou semeiam a confusão entre os circunstantes. 
Assim, o médium vidente, intuitivo ou de dupla vista direta, antes de se preocupar com o êxito técnico e o 
poder descritivo de sua faculdade, deve primeiramente evangelizar-se, a fim de assegurar o teor verídico 
e o sentido benfeitor daquilo que “vê” ou “sente” no limiar do mundo invisível dos espíritos desencarnados. 
 
 

1.1 VIDÊNCIA INTUITIVA E IDEOPLASTIA 

 
As diferenças comumente existentes entre a verdadeira configuração perispiritual dos desencarnados e as 
suas descrições mediúnicas resultam, mais propriamente, dos efeitos imprecisos e muito comuns dos 
fenômenos de ideoplastia
 
As idéias e os pensamentos produzem ondas e radiações que, por sua vez, devem formar imagens daquilo 
em que se pensa; no entanto, como as dos desencarnados são configuradas no plano da quarta dimensão 
(o plano astral), nem sempre se ajustam com exatidão às formas tridimensionais da visão carnal. Assim, é 
muito difícil para os encarnados fazer uma imagem perfeita e exata das idéias ou das imagens que os 
desencarnados projetam do Além sobre a mente dos médiuns intuitivos, videntes ou até dos médiuns 
desenhistas de psicopictografia (aqueles que pintam retratos recebidos mediunicamente). 
 
Em comparação com a frequência retardada dos acontecimentos do mundo material, ainda é muito grande 
o aceleramento ou a fuga vibratória dos fenômenos que se sucedem no mundo astral, do que resulta 
considerável desajuste no mesmo instante da ocorrência.