18. Fenômenos de efeitos intelectuais                                                                                                        

                                                                                                                                                                         _ 

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Um bom médium semimecânico é aquele bastante dócil e capacitado para o trabalho conjunto com os 
desencarnados, e que demonstre acentuada plasticidade psíquica para apreender o assunto de que se 
deseja tratar, compreendendo-os com rapidez e facilidade, e sabendo colocar-se muito bem na faixa 
vibratória deles, à medida que vão conseguindo fazê-la baixar até as fronteiras da vida física. 
 
Essa virtude da plasticidade psíquica do médium pode ser entendida como uma maleabilidade psíquica na 
sintonia com o espírito comunicante, 
deixando fluir-lhe livremente o curso de seus pensamentos, sem 
indagações prematuras
, que perturbariam bastante o desencarnado na coerência doutrinária e no ajuste 
lógico das respostas. 
 
Muitos médiuns intuitivos ou semi-mecânicos têm o péssimo hábito de opor as suas desconfianças sobre o 
trabalho no instante exato da recepção mediúnica do Além, o que sempre ofusca a limpidez das 
comunicações com os desencarnados. O ideal é que o médium transfira as suas dúvidas ou análises dos 
trabalhos para depois da recepção psicográfica, sem se deixar tomar de desconfiança frente à inspiração 
direta do espírito comunicante. 
 
Quanto à necessária sintonia entre o médium e o espírito, a entidade que pretende servir-se 
satisfatoriamente de um instrumento mediúnico capaz de receber mensagens de utilidade comum, 
necessita de muito tempo de trabalho junto àquele que escolheu como seu medianeiro espiritual. As tarefas 
delineadas só se realizam com facilidade e sensatez depois que desaparecem quaisquer dúvidas entre o 
comunicante e o médium, após ambos se ajustarem como duas vontades estreitamente combinadas 
para um mesmo serviço em comum, principalmente no caso da mediunidade intuitiva, onde dificilmente se 
consegue distinguir um espírito comunicante de outro, conforme explicado a seguir. 
 
 

2.3 PSICOGRAFIA INTUITIVA 

 
De forma diversa da psicografia mecânica, em que o espírito comunicante atua sobre a mão do médium, 
intervindo no correspondente plexo nervoso através do chacra umeral, na psicografia intuitiva o 
desencarnado atua sobre a alma do médium, que lhe recepciona o pensamento e a seguir o transcreve 
para o papel, pelos seus próprios meios, recursos vocabulares e estilo redacional. Nesta situação, 
médium de psicografia intuitiva escreve voluntariamente e tem plena consciência daquilo que 
escreve
, originado da mente do espírito comunicante, sabedor de que não grafa seus próprios 
pensamentos. 
 
É possível ao médium intuitivo reconhecer o pensamento sugerido por outra mente estranha à sua própria, 
pois, neste caso, nunca é por ele preconcebido, e nasce ou brota em sua mente à medida que a escrita 
vai sendo traçada
; por vezes o pensamento recepcionado é até mesmo contrário à idéia que o médium 
tem antecipadamente sobre o assunto considerado. Outras vezes, o pensamento que lhe é intuído para ser 
grafado no papel pode mesmo estar fora dos limites de seus conhecimentos e capacidades, demonstrando 
que tem origem alheia. Assim, o médium intuitivo age como o faria um intérprete que, de fato, para transmitir 
o pensamento alheio, precisa antes compreendê-lo, e dele apropriar-se para, de certo modo, traduzi-lo 
fielmente
 com suas próprias palavras e recursos. 
 

 
O médium intuitivo sabe e sente que o pensamento que está sendo transmitido dessa forma 
para o papel, não é seu; apenas lhe atravessa a mente. Isso, porque na comunicação 
mediúnica através de médium intuitivo, o desencarnado só pode atuar-lhe no perispírito, sem 
intervir diretamente no seu cérebro material. 
 

 

Isso só poderia ser feito se ele fosse um médium completamente sonambúlico porque, então, sua faculdade 
permitiria ao desencarnado comunicante agir diretamente sobre o seu sistema cérebro-espinhal, em 
combinação com o conjunto de gânglios nervosos. O sensitivo de intuição consciente, portanto, não pode 
exprimir-se ou escrever com a mesma grafia que os “mortos” adotavam quando viviam na matéria; no 
entanto, a sua mediunidade permite-lhe captar toda a substância das idéias que lha são projetadas na tela 
de sua mente. A fim de tornar coerentes os relatos dos desencarnados no Além, o médium de psicografia 
intuitiva mobiliza, geralmente, todos os seus esforços de memorização espiritual, na tentativa de evocar as 
lembranças dos seus estágios já vividos no mundo astral, durante os períodos em que se manteve 
desencarnado nos intervalos de suas encarnações anteriores.