18. Fenômenos de efeitos intelectuais                                                                                                        

                                                                                                                                                                         _ 

 

Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

Como os espíritos no astral não contam com cérebro físico, só podem atuar no perispírito do médium, 
porém sem intervir diretamente no seu cérebro material. Em conseqüência, o médium se vê obrigado a 
recepcionar apenas parte da realidade espiritual do Além, pois, por viver num mundo da terceira dimensão, 
lhe é muito difícil compreender com absoluta clareza os fenômenos e as manifestações que se processam 
do “lado de lá”, cujo plano é regido por dimensões sem apoio entendível na física humana; acresce, ainda, 
que os estados vibratórios vividos pelos desencarnados superam qualquer concepção dinâmica de 
velocidade concebida pelos terrícolas. Cabe ao médium, portanto, compensar depois a outra parte com as 
sugestões e as imagens terrenas que lhe são conhecidas, ajustando-as de modo comparativo ao que 
pressupõe ser a fenomenologia astral. 
 

 
O médium de psicografia intuitiva “sente” em sua própria intimidade perispiritual os assuntos 
que lhe estão sendo comunicados; depois os reúne, à força de sua inspiração intelectual, e 
coordena a exposição escrita, para o mundo exterior. 
 

 

Certas vezes, o médium intuitivo não consegue ajustar em tempo os vocábulos exatos para exprimir 
corretamente o pensamento do espírito comunicante e identificar com precisão algumas das idéias que lhe 
são projetadas no cérebro perispiritual; então, ele se socorre celeremente do vocabulário que tiver mais 
visível à tona de sua mente, embora essa interpretação provisória ainda não esclareça fielmente o que 
escreve. Se, no momento da recepção da comunicação, ele demorar em rebuscar palavras ou termos que 
definam com absoluta exatidão aquilo que recepciona dos desencarnados, poderá interromper o fluxo da 
inspiração sobre si
 e perder o tema essencial da mensagem em foco. Mais tarde, revendo o trabalho 
psicografado, novamente sob a inspiração do Alto, o médium é então intuído para substituir palavras ou 
mesmo frases que possa ter grafado sem guardar a fidelidade da idéia que lhe foi transmitida do Espaço. 
Quanto mais ele revir e corrigir o fruto da colaboração mútua com o autor espiritual, também há de se 
aproximar mais fielmente do conteúdo exato daquilo que se desejou transmitir por seu intermédio. 
 
O médium intuitivo, portanto, sabe o que está escrevendo e percebe o assunto daquilo que lhe é ditado 
pelos desencarnados, pois ele é consciente do que está fazendo; apenas para não se equivocar, fica 
geralmente com imensa preocupação em escrever tudo aquilo que lhe é comunicado. Desse modo, fica 
algo abstraído, tornando-se, por vezes, um verdadeiro e eficiente prolongamento vivo do espírito 
comunicante. 
 

 
O sensitivo de psicografia intuitiva sabe perfeitamente o que está escrevendo, e tudo aquilo 
que já escreveu fica-lhe retido mais ou menos no seu subconsciente, mas não tem noção 
exata do que está por vir, porque isso ainda está a palpitar na mente do espírito comunicante. 
 

 

Devido a isso, ele geralmente escreve sob a ação de duas fortes preocupações: não deseja perder a lógica 
do pensamento 
que lhe está sendo exposto, ao mesmo tempo em que receia lhe faltar a coerência no 
ditado. 
Por isso, tão logo pode ler tudo o que foi recepcionado pela escrita, desconfia geralmente de que se 
trata de uma composição de sua exclusiva autoria; porém logo se toma de surpresa ao verificar que não 
cogitava de tal assunto ou tese, não pretendia tal resposta, nem poderia empregar certas palavras tão bem 
ajustadas em algumas passagens ou fraseados, que não saberia compor com tanta fluência quando em 
completo estado de vigília. 
 
Nesse caso, embora o conteúdo da escrita pareça ser produto do pensamento do próprio médium de 
psicografia intuitiva e, muitas vezes, estar associado ao de obras das quais já tomou conhecimento 
anteriormente, vê-se obrigado a reconhecer que há uma qualidade e uma doutrinação inerente ao seu 
trabalho, subjetivas, disciplinadas e que ignorava, formando o elo de todos os escritos inspirados pelo 
espírito. 
 
O médium exclusivamente intuitivo geralmente escreve com lentidão, demorando-se em compor as frases e 
vacilando na exposição das idéias, embora possa seguir um raciocínio disciplinado pela sua própria mente. 
Quando o espírito desencarnado comunicante se aproxima do sensitivo, este não sente a sua presença de 
um modo material, nem a registra pelos seus sentidos físicos do tato, do olfato ou da visão; na verdade, 
realiza-se um contato espiritual interior, nada mecânico, e diferente de choques vibratórios exteriores.