18. Fenômenos de efeitos intelectuais                                                                                                        

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade 

No entanto, se justifica individualizar qualquer comunicante, por meio de algum indício de sua maneira 
peculiar de pensar e sentir, quando nessa ocasião se realizar profícua aproximação de nobre entidade 
espiritual, que se sentiu atraída pela afinidade moral, sentimento e inteligência do médium. Mas acontece 
que pode se tratar apenas de um mesmo espírito comunicante, por cujo motivo convém que o sensitivo 
mantenha uma só identidade em suas recepções, até que possa distinguir perfeitamente a individualidade 
do comunicante. 
 

 
A mediunidade intuitiva não permite ao sensitivo copiar perfeitamente os estilos pessoais dos 
comunicantes, mas ele tem a facilidade de vestir-lhes as idéias com os trajes do seu próprio 
conhecimento vocabular e recursos intelectuais. 
 

 
Com o tempo, o médium intuitivo termina “sentindo” a natureza familiar da cada comunicante e, 
automaticamente, passa a lhe fixar o estilo, o temperamento e diversas nuances psicológicas.  
 
Um médium intuitivo que se ponha a receber dezenas de comunicações de espíritos, sem o devido treino 
para notar as suas diferenças de cunho moral ou intelectual, poderá gerar grande confusão, não 
conseguindo distinguir jamais uns dos outros, devido à delicadeza e a característica de sua faculdade 
mediúnica, onde reproduz o que sente ou aquilo que o inspira, mas o faz por meio de seus próprios 
recursos. 
 
Na faculdade mediúnica intuitiva, o sensitivo tem plena consciência das idéias que o desencarnado lhe 
transmite
, e em virtude de uma perfeita e recíproca sintonia ou afinidade entre ambos, ele redige as 
mensagens com presteza e fidelidade, podendo mesmo interromper a comunicação durante alguns 
momentos e atender a outros serviços ou obrigações mundanas, e depois retornar a psicografia, sem que 
isto afete os resultados da sua tarefa mediúnica. Porém o vocabulário de que se vale é quase sempre de 
seu conhecimento, pois sendo médium intuitivo, mas consciente, ele não pode empregar termos que 
desconhece. 
 
Por vezes o médium intuitivo incorre em deficiências e se julga autor das idéias e dos pensamentos que 
registra no papel, descrendo, assim, de terem sido inspirados por espíritos desencarnados; noutros casos, 
ele se crê um plagiário, por associar assuntos de obras alheias que já leu; e quando tal acontece, muitas 
vezes ele se sente amargurado ao recordar-se onde “ouviu” ou “leu” aquilo que lhe foi ditado 
mediunicamente pela via intuitiva. Porém, geralmente o médium, ao examinar mais tarde o que escreveu 
sob intuição do Alto, verifica haver tratado de assuntos que lhe eram desconhecidos e ter aduzido 
conclusões até mesmo opostas à sua opinião pessoal! 
 
Em certos casos, o médium intuitivo consciente, reconhecidamente incapaz de discernir e redigir 
dissertações a respeito de certos problemas bastante complexos, acaba por transmitir com sucesso 
mensagens de cunho elevado, que retratam um estilo, conhecimento e concepções muito além de sua 
capacidade e cultura; tal resultado é fruto de disciplina, estudo, devotamento e trabalho incessantes por 
parte do próprio médium. 
 
Durante o contato perispiritual, a boa receptividade mental do médium intuitivo consciente, sintonizando-
se à freqüência vibratória do espírito comunicante, faz com que o seu trabalho psicográfico deslize com 
firmeza, sem opor-lhe qualquer resistência. Sua absoluta confiança nas respostas que lhe são transmitidas 
também contribui para a perfeição da comunicação. O bom psicógrafo intuitivo escreve de acordo com a 
sua grafia comum e veste os pensamentos do descarnado comunicante com o vocabulário de seu 
conhecimento, sem, entretanto, trair-lhe a idéia. 
 

 
O médium intuitivo é algo semelhante a um vidro colorido, que dá a sua própria cor à luz que 
transmite! Tal qual o pintor experiente e devotado, o médium intuitivo usa das “tintas” do 
mundo material para produzir os quadros que lhe são projetados em sua mente perispiritual. 
 

 

Muitos médiuns de bom quilate espiritual estiolam suas faculdades pelo temor de serem mistificados, ou 
recuam diante do serviço, muito antes de alcançarem o domínio completo da sua capacidade mediúnica.