18. Fenômenos de efeitos intelectuais
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
4.3 TRANSMENTAÇÃO
A transmentação é uma forma especial de mediunidade intuitiva em que se opera uma sobreposição da
mente individual do médium pela do espírito comunicante, que fica assim com inteiro domínio físico do
médium, pelos comandos dos centros cerebrais e anímicos.
Na transmentação o médium não perde sua capacidade ambulatória, nem há inibição de qualquer natureza
para o seu corpo físico, e nem é submetido ao sono sonambúlico (transe mediúnico); portanto, não pode se
dar nenhuma interferência anímica. Não há transmissão telepática, que ocorre nas formas de psicofonia
consciente e semi-consciente, não há incorporação física com a correspondente exteriorização
(desprendimento ou desdobramento) do espírito do médium, como ocorre na forma inconsciente; também
não é indispensável a presença do espírito comunicante que, às vezes, atua à distância.
Trata-se de uma espécie de incorporação mental, forma de incorporação parcial, também conhecida como
“telementação”, durante a qual o espírito comunicante se assenhora da mente do médium, colocando-o em
estado de inconsciência ou semiconsciência, e assim exerce domínio, mais ou menos completo, sobre os
campos físico e psíquico do médium. É evidente que essa forma especial de mediunidade exige médiuns
dotados de sensibilidade apurada e de perfeito equilíbrio psíquico.
O médium transmentativo, estudioso e avesso ao sectarismo, é de espírito idêntico ao dos artistas, músicos
ou pintores, cuja função é produzir obras destacadas, de caráter universalista, cuja faculdade se entreabre
para todas as expressões da vida, e que por isso, pode dispensar os recursos das concentrações especiais
ou das “correntes psíquicas”, como garantia de sucesso em seu intercâmbio com o Alto.
Na psicografia, o médium de transmentação procura sintonizar-se o melhor possível à faixa vibratória dos
espíritos comunicantes e obtém do desencarnado as melhores elucidações possíveis às perguntas que
redige.
No processo de comunicação mediúnica pela transmentação, o desencarnado não fala propriamente ao
ouvido físico do médium, mas sim por conjunção mental, escolhendo no arquivo mental deste a
terminologia disponível julgada a mais apropriada para a mensagem a transmitir. É um tipo de mediunidade
cujo maior êxito e amplitude depende, essencialmente, de:
•
estudo incessante,
•
libertação das algemas da ortodoxia religiosa,
•
ausência de idéias preconcebidas,
•
ausência de prevenção contra esta ou aquela doutrina espiritualista.
Através do contato perispiritual, entretanto, às vezes o espírito comunicante supera a receptividade mental
do médium, facilitando-lhe vocábulos e conceitos desconhecidos deste, fazendo com que ele funcione como
um receptor e o desencarnado como um transmissor telepático. Embora o fenômeno ocorra entre um
espírito desencarnado e outro encarnado, a sua eficiência é igual à obtida por dois exímios telepatas do
plano físico.
5. DESDOBRAMENTO
O médium de desdobramento, durante o transe ou sono hipnótico, enquanto dorme, pode ausentar-se
facilmente do seu organismo físico, afastando seu perispírito, que fica preso unicamente pelo cordão fluídico
ou ectoplásmico, conhecido como “cordão de prata”. Em liberdade astral, ele pode manifestar o seu
perispírito a longas distâncias, e passar a relatar as cenas e fatos vividos no mundo espiritual (geralmente o
plano astral).
Fontes bibliográficas:
1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.