2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
Afora do monismo, ter-se-ia de aceitar a existência de mais de uma Vontade com poderes de criar e
comandar o Universo, ou aceitar a concepção de um Acaso inteligente criador, o que implicaria na
ocorrência de conflitos, desarmonia e choques no metabolismo cósmico em decorrência da possível
diferença de capacidade, objetos ou competições por parte das várias mentes atuantes, ou então dos
acidentes fortuitos, o que, na prática, não se verifica em absoluto no Cosmo observável. É inegável e ponto
definitivo que o princípio é um só, uma só origem e uma só vontade central criadora de todo o Cosmo; a
Realidade Monista divina é indissolúvel!
Deus é a única e imodificável essência e a substância da qual os homens
descendem como fagulhas, centelhas ou partículas espirituais divinas.
Depois de criadas no seio da Divindade, as mônadas ou centelhas divinas são lançadas em peregrinação
pelas formas educativas dos orbes físicos, no processo incessante de organizar sua própria consciência
individual e adquirir a noção de existir como entidade à parte, mas vinculadas intimamente ao próprio Todo,
ou seja, como Espírito Imortal. Deste estágio em diante, passam então a ampliar essa consciência espiritual
numa esfericidade sem limites, até abranger os fenômenos macro e microcósmicos da Vida.
O espírito do homem, como herdeiro dos atributos divinos, é único e indestrutível, pré-existe à
materialização ou gestação de um corpo físico na face dos mundos planetários, e sobrevive incólume ao
desgaste e ao desfazimento de seu organismo provisório carnal. Por isso se afirma que “Deus está no
homem”, que “o homem foi feito à imagem de Deus”, ou que “o Pai e o Filho são Um”.
Com o decorrer do tempo, os espiritualistas adquirirão uma nova concepção de Deus, muito além de uma
“Inteligência Infinita”, concepção mais adequada ao processo incessante da criatura humana. O excessivo
apego aos ídolos e a formulas religiosas do mundo terminam por cristalizar a crença humana sob a algema
dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos, para não chocar o sentimentalismo da tradição.
As criaturas que estratificam no subconsciente uma crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional, terão
de sofrer quando, sob o impulso imperativo do pregresso espiritual, tiverem de substituir sua devoção
primitiva e saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade.
Krishnamurti, numa concepção puramente monista, carregando toda a responsabilidade divina sobre os
ombros do próprio homem, em exposição rasante e demolidora da velha idéia deísta (dualista), malgrado
sua aparência herética, centrada no “pensar reto” e no “autoconhecimento”, afirma:
“É preciso o homem “matar” o velho Deus, limpar a mente das quinquilharias
do passado, a fim de evitar a exploração religiosa de outros homens tolos,
e encontrar a Divindade no microcosmo de sua própria alma !”
Essa afirmativa, em relação à busca de uma nova realidade divina, pode ser ilustrada considerando que
“assim como um aposento só pode receber mobília nova depois de convenientemente desimpedido da
mobília velha, a mente do homem também precisa arejar-se dos seus condicionamentos religiosos
anacrônicos, para então assimilar os novos conceitos autênticos da espiritualidade! “
Fontes bibliográficas:
1. Maes, Hercílio. O Evangelho à Luz do Cosmo - Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.
2. Maes, Hercílio. O Sublime Peregrino – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1990.
3. Maes,
Hercílio.
Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9 ed. São Paulo:
Freitas Bastos, 1989.