4. Involução e evolução nos Planos da Criação                                                                                         12 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

Mas, com o decorrer do tempo e a intervenção do homem, não tardam a se processar as fragmentações 
psíquicas, que logo fazem distinguir as reações dos exemplares entre si e os destacam individualmente no 
seio do psiquismo instintivo e uniforme do “espírito-grupo” dirigente. Independentemente do controle geral 
da espécie ou raça, a Lei se desdobra orientando cada exemplar para que consiga a sua emancipação 
individual. 
 
 

10. DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-GRUPO DAS ESPÉCIES 

DO REINO ANIMAL DOMESTICADAS OU SOB OS CUIDADOS DO HOMEM 

 
Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos ou uma alcatéia de lobos, espécies coletivas do reino 
animal, agem sob um mesmo caráter instintivo, movendo-se pela ação diretora de um só psiquismo, com 
suas reações perfeitamente idênticas. É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de mais 
adiantamento, como os do cão, do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da 
“consciência de grupo”, pois alguns componentes dessas espécies revelam reações, gostos e preferências 
nitidamente individuais. 
 
Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do conjunto, revelando 
emoções à parte; há o cão destemido, que ataca de frente, e há o cão traiçoeiro, vingativo, que agride pela 
retaguarda. Enquanto o cão pacífico festeja o seu dono, esquecido da surra que levou, outro guarda rancor 
para com ele e nunca mais esquece do seu algoz! 
 
Uma ninhada de animais selvagens que, por exemplo, nasce no ambiente civilizado do homem, se 
desvincula, pouco a pouco, do comando rígido e psíquico de sua alma-grupo correspondente, devido aos 
novos estímulos, iniciativas e disciplinas próprias da vivência humana. Os membros dessa ninhada 
principiam a reagir de modo mais individual entre si, embora apagadamente, sob a influência cotidiana dos 
seus donos e dos demais componentes do ambiente onde vivem. A própria forma de o animal ser tratado 
pelo seu dono influi-lhe frontalmente nos seus hábitos, o que desperta no animal reações, defesas e 
recursos bem diferentes dos costumes coletivos. 
 
Sob a força do domínio do homem, em face de sua insegurança num meio estranho à sua índole selvática, 
onde lhe cerceiam todo impacto instintivo e de sobrevivência natural, o animal selvagem domesticado é 
obrigado a mobilizar recursos novos, muito além da costumeira ação cômoda de sua alma-grupo. 
  
O lobo, valente, feroz, livre e guiado instintivamente para solucionar da melhor maneira as suas 
necessidades biológicas, quando domesticado, se transforma, à semelhança do cão surrado, exaurido e 
temeroso, pois perdeu parte de sua característica instintiva, modelado pelo treinamento compulsório do 
homem, num tipo dócil e obediente, diferente de sua espécie original. 
 
Assim, o lobo selvagem, depois de domesticado, vive mais tempo com sua prole e perde o instinto 
atabiliário de enxotá-la, confiando nas facilidades proporcionadas pelo auxílio do homem, criando assim um 
novo comportamento que o distingue visivelmente dos hábitos de sua raça ainda selvagem. 
 
O animal selvagem é violento e agressivo na defesa da prole e da própria vida e, após o cio, costuma 
acomodar-se com certa tranqüilidade; sob a força ativadora de sua alma-grupo, enxota os filhotes já 
crescidos para além do ninho ou da cova em que nasceram. Isto é instinto global e único de todas as 
unidades da mesma espécie ou raça; entretanto, devido à vivência junto ao homem que lhe controla as 
tendências primitivas sob a amenidade do meio ambiente mais refinado, o instinto feroz tende a se amansar 
e a violência a enfraquecer. 
 
Atualmente, alguns animais como o elefante, o cavalo e o macaco já podem vislumbrar algumas noções de 
razão
, sob fundamento mental, pois já manifestam, de modo insofismável, alguns bruxuleios de inteligência
dado que podem adquirir diferenças instintivas, pelo treinamento ou comportamento orientando, de forma 
semelhante às consciências humanas na fase de infância física. 
 
Quanto ao afeto quase humano (e por vezes mais do que humano) que alguns animais têm demonstrado, 
superando por vezes a própria afetividade do homem ainda tão egoísta, isso demonstra que já revelam uma 
sensibilização fundamental na esfera do sentimento. Inúmeros casos foram demonstrados de afeto 
incomum do animal pelo seu dono, ou de animais de uma espécie que criam ou cuidam de filhotes de 
animais de outra espécie.