4. Involução e evolução nos Planos da Criação                                                                                         17 

                                                                                                                                                                            

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís 

Assim, aquele que hoje é um pecador, no futuro será um anjo! Ante o determinismo do processo evolutivo, 
que é justo, equânime e sem privilégios para os filhos de Deus, a centelha espiritual mais ínfima do Cosmo 
um dia há de ser um Logos Solar, embora essa maturidade sideral só ocorra após a criação e a destruição 
de alguns Universos físicos (Grandes Planos ou Manvantaras). 
 
Ainda sob o invólucro de uma criatura primária e pecadora, Deus serve-se dos atributos divinos ali 
existentes, e modela a criatura à sua imagem. Lenta e inexoravelmente, no residual da própria animalidade, 
gesta-se a consciência radiosa de um anjo e o comportamento sublime de um santo. 
 
O homem ainda vive sob os impulsos e as excitações da energia criativa do instinto animal, a qual lhe 
organiza a vestimenta de carne na face dos orbes físicos, mas, depois que supera a animalidade, ele 
também se converte num transformador sideral, capaz de absorver certo impacto energético do Psiquismo 
Cósmico, a fim de distribuí-lo, por sua vez, gradativamente, na intensidade psíquica adequada à vida dos 
seres menos evoluídos. 
 

 

O Psiquismo Cósmico, em sua descida vibratória, filtra-se a atua através dos diversos 

campos e reinos do mundo físico, até modelar a configuração do espírito do homem. 

 

 
Entretanto, o nascimento, a formação ou definição do espírito individualizado do homem não é apenas um 
simples fato, primário ou conseqüente de súbito fenômeno ocorrido no seio do Psiquismo Cósmico.  
 
A centelha ou partícula espiritual, quando assinala o seu primeiro apercebimento íntimo e consciência de 
existir e se diferencia do Todo Divino, já é a etapa final de um longo processo em gestação através de 
todas as múltiplas formas do Universo. 
Não se trata de um acontecimento miraculoso, a diferenciar um 
novo núcleo de consciência particularizada no seio de Deus, mas essa individualização consciencial só 
ocorre após o descenso vibratório psíquico, desde a forma galaxial, constelatória e planetária até ultimar a 
sua filtração pela intimidade dos reinos mineral, vegetal, animal e se definir no homem, como o produto 
mais precioso e avançado. A alma humana, originária da essência angélica de Deus e portanto indissolúvel 
e permanentemente ligada ao Criador, não reconhece “instantaneamente” a sua consciência divina, mas fá-
lo de modo gradual, à medida que passa por um processo ou aprendizado espiritual gradativo pelos 
mundos planetários. 
 
As almas dos homens são entidades espirituais “virgens” que se diferenciam no seio da própria 
Consciência Cósmica e depois desenvolvem a sua consciência física e individual pelo acúmulo de fatos e 
das imagens vividas nas existências carnais ou nos intervalos de sua permanência no mundo astralino. A 
sua memória cresce e se amplia no infinito do tempo e do espaço, até se consolidar num apercebimento 
consciente do ser-indivíduo que dali por diante se sente uno e inconfundível no seio do próprio Criador. 
 
Durante a eclosão da luz crística que se manifesta na intimidade de toda criatura, num processo endógeno  
(de “dentro para fora”), o espírito do homem vai se apercebendo do mistério de sua origem divina e da 
coesão de conhecer-se a si mesmo. Ele passa a reconhecer e compreender o processo que o torna um 
“ser-indivíduo”, à parte, no Cosmo, de modo gradativo, sem fundir-se com o Todo Criador, adquirindo a 
consciência plena, global e completa. 
 
Apesar do espírito do homem encontrar-se  “ligado”  eternamente com Deus, em cuja fonte ele se originou e 
se alimenta, e que o torna a miniatura portadora dos mesmos atributos da divindade, ele deve “reunir-se”  
ou “religar-se” com o Pai, ampliando e divinizando a sua consciência pelo entendimento completo da vida 
e pelo sentimento crístico incondicional
, num estado de religiosidade, através da sublimação espiritual, 
que o faz aproximar-se ou assemelhar-se com Deus. 
 
O homem deve buscar a mobilização dos recursos sublimes do próprio ser, para então gozar de maior 
intimidade com o seu Criador, num estado superior de espírito, quando ele procura realmente maior 
aproximação com a “verdadeira” natureza de Deus. 
 
Não importam os séculos e os milênios que já foram vividos na matéria em contato com a animalidade, em 
que o homem desenvolve a sua consciência e enriquece sua memória sideral, pois no momento oportuno 
de maturidade e progresso espiritual, a Faísca Divina eclode na alma humana, fazendo com que o anjo que 
nela habita assuma definitivamente o comando do seu ser.